terça-feira, 25 de setembro de 2018

Encontros e Despedidas

Lembram da música de Milton, Encontro e Despedidas ?
O momento me trouxe esta letra de volta. Ninguém ficou no mundo de lá mas estamos mandando notícias depois de muito silencio. A plataforma já não é mesma mas choramos e sorrirmos na despedida.
Encontros ou despedidas são sempre um pouco assustadoras. O que esperar?
Nosso primeiro encontro foi em 1969. Com quinze anos, à quarenta e nove anos, era um menino na concepção mais restrita da palavra, bastante diferente de um jovem de hoje.
Assustador entrar em uma sala, ver quarenta "moças" e nenhum menino. O que fazer?
Em um primeiro momento, a fuga...mas existia uma promessa com meus pais e meu futuro. Era preciso garantir o pão.
O medo nos faz avançar, pequeno ou grande e assim comecei minha senda com quarenta meninas e o mundo bem diferente no qual até aquele momento tinha vivido. Acreditem, as mangas eram catadas no cemitério dos Ingleses, as peladas eram jogadas pelos times de baixo e de cima do Morro da Providência. Meu time era o de baixo. Na Gamboa ainda se fazia fundo de quintal em vez dos Beatles e Rolling Stones.
A senda foi fantástica. As experiências vividas nunca foram esquecidas. Cresci sem deixar de ser o menino que chegou. Me aconcheguei naquele mundo, naquele caramanchão, em um triângulo.
1971 chegou, hora das despedidas. Outro momento assustador. Aos dezoito era um menino crescido e o cenário desenhado e pintado tinham cores um pouco sombrias. Meus mundos estavam se dissolvendo, onde tinha minhas raízes estava me tornando um alienígena, no mundo feminino no qual eu tinha sido adotado estava se esgarçando pela força centrífuga da procura profissional e biológica e era hora de ganhar o pão. Acho que me despedi pouco, a reprimenda atemporal foi correta mas já estava posicionado para a minha maratona e era tudo que conseguia enxergar. O medo mais uma vez foi minha "cenoura" motivadora. Não fui mal nesta maratona. Ela foi profícua. Fiz o bem, fiz o mal, fui bom e fui mal, amei e fui amado, odiei e fui odiado,tive inveja e fui invejado, glorifiquei e fui glorificado, tive encontros e desencontros.
O Mundo se apresentou de forma estranha e linda. O conheci de forma física e etérea. Deus foi bom comigo.
Procrie loucos e maravilhosos filhos. Recebi e continuo recebendo os presentes da primeira geração; a segunda geração.
Chega 2018 e o que esperar deste encontro? O que queremos ver?
Capturar lembranças esquecidas?
Contar se nossos sonhos foram aderentes ao nosso destino?
Ou simplesmente olhar o que esta danada da entropia fez aos nossos corpos e mentes?
Racionalizar isto agora talvez não seja necessário.
Cheguei ou, talvez melhor dizendo, chegamos a um tempo da vida em que temos que ter mais fluidez. Deixar que coisas escorram sem diques e apreciar a beleza de cada momento.
Que nosso encontro seja belo.
Beijos, moças...😘😘


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Meu companheiro

Ele faz trinta e seis anos e já tem uma bela história para contar e compartilhar para quando chegar o tempo das recordações. Novas história serão criadas e compartilhadas, Seu caminho será longo.Não poderei estar por perto em toda sua caminhada mas com certeza valeu muito o que vivenciamos juntos. Descrevê-los, os momentos, seria muito difícil, foram muitos e a paixão, a emoção perpassou cada um deles, deste o momento em que ele se tornou filho até o momento em que se tornou pai. 
Houve amor, houve raiva, houve ciume, houve dor, houve alegria, houve medo, houve paz e houve muita compreensão.
As lembranças correm e se misturam em minha mente. Um caleidoscópio atemporal.
O vejo hoje. Alguns dizem que nos parecemos. Talvez seja a biologia ou talvez o convívio. Não importa.
Nos moldamos ao longo do tempo. Sou sua alma mais velha, você, minha alma mais nova.
Vejo em você meu passado e o seu futuro.
Parabéns meu companheiro pelo és hoje e pelo serás no futuro.
Te amo.
Teu pai.