Durante muitos anos acreditei que a individualidade era primordial em todos os sentidos. Tanto no sentido da essencialidade quanto da prioridade. Talvez por experiências passadas e exemplos e não-exemplos criei esta visão. Hoje tenho muitas dúvidas sobre estes valores.
A individualidade embute visões positivas e negativas em nossos relacionamentos com o próximo ou com a coletividade.
O lado bom é a motivação para sonhar e, ao mesmos, torná-los concreto. Não existe o par, é só você. Não tem porque esperar. Eu sou, eu faço.
O lado ruim é o isolamento que a individualidade impõem. E este é o nó, não sei só meu ou de todos.
Como ser humano só conseguimos entender o mundo através dos contrários. Se temos o indivíduo temos o coletivo.
A existência do individuo e do coletivo é definido por seus valores; valores estes que muitas vezes não podem ser somados.
Os valores do coletivo tem como alicerce a sobrevivência da espécie, o bem estar da comunidade e sua prosperidade. Estes mesmos valores quanto transferidos ao individuo podem ser contrapor ao coletivo. Nem sempre a sobrevivência do individuo significa a sobrevivência da coletividade, nem sempre o bem estar e muito menos a sua prosperidade.
Tudo pode ser deturpado pela ambição do homem tanto no plano coletivo quanto individual, que nos mostrem os sistemas sócios/políticos do século passado, o Comunismo e o Capitalismo, que nos mostrem as seitas radicais e o ateísmo pragmático e assim por diante.
Todos estes movimentos, levaram sem dúvida a uma exacerbação do individualismo sobre o coletivo e isso de certa forma mudou o conceito de família.
Apequenou. Tudo mudou, até o tamanho do apartamento!!!
O espaço de troca se tornou tão pequeno. O espaço de amar muito vezes ficou restrito a eu e você e não temos mais o nós. O tempo de ser feliz reduziu pois temos à tão poucos para compartilhar as nossas emoções.
Não temos mais a tribo.
Que nos ajude a parir. Que nos ajude a criar. Que nos ajude a procriar . Que nos ajude a envelhecer.
Não temos mais a tribo para dançar e festejar a vida. Não temos mais a tribo para cantar e chorar os nossos mortos.
E isto me faz muita, muita falta.
Ah!! Cheguei a conhecer um pouquinho disto. Não cultuei. Parte culpa minha, parte dos outros.
Como todo jovem preferi cultuar o individualismo. Talvez modismo e, ou talvez, falta de fé.
Não importa.
Hoje preciso desta tribo, quero esta tribo. Envelheço mas não é só por isso.
Quantas vezes não entendi o mundo e não tive quem me explicasse.
Quantas vezes me machuquei e perdi cedo o ombro para chorar.
Quantas vezes me vi na borrasca e não consegui um porto seguro para atracar.
E hoje, quantas vezes já me sinto cansado e preciso de ajuda para descansar
Preciso desta tribo. Ela virá. Sei que não verei a Grande Tribo.
Mas uma parte já está comigo:
Família.
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