Geralmente as perguntas transcendentais que ouvimos desde cedo são:
De onde viemos?
O que somos?
E para onde iremos?
Diria que quase todas as filosofias religiosas tem suas as respostas para estas perguntas. Porque?
Analisando com atenção estas perguntas me parecem que são perguntas que dão ensejo a estruturação de um sistema de controle. Tentando explicar vamos as perguntas:
De onde viemos?
Na maioria das gênesis das diversas filosofias religiosas, Deus, O Criador, A Inteligência Cósmica e outras centenas de denominações descrevem a entrada de Deus em nosso universo. Ele não só entra como cria o nosso Universo. Tudo faz parte deste Deus/Criador.Nosso horizonte de eventos ( até onde se enxerga ), para entender a criação, é o seu início. O que vem antes?
Não temos a ínfima possibilidade de entender nem de conjecturar no nosso estágio atual de fé e conhecimento. Então por uma relação de causalidade se não temos a minima ideia do que é Deus/Criador como saber de onde viemos já que viemos com ele.
Se olharmos para outras filosofias religiosas que tem por ato de fé que Universo sempre existiu e sempre existirá, a resposta, que me parece lógica, para esta pergunta é: viemos daqui e ficaremos aqui para o todo sempre.
Para onde iremos?
Para esta resposta analogamente a resposta a pergunta de onde viemos. Se não sabemos de onde viemos, não saberemos para onde iremos. Se nosso Universo é eterno, sempre existiu e sempre existirá, viemos daqui e continuaremos aqui para todo sempre.
O que somos?
Esta é a pergunta que pode levar a um sistema religioso de controle ou um sistema de anarquia.
Se a esta pergunta se responde que somos filho de Deus, isto insere no contexto uma relação de compromisso, uma relação de submissão e de maneira não clara mas bastante impositiva uma relação de intermediação pois alguns serão mais filhos de Deus do que outros. Estes falarão direto com Deus, farão as regras, julgarão e punirão.
Se por outo lado para um Universo incriado, onde estaremos aqui por todo sempre, pode-se ter princípios filosóficos não temporais que podem em alguns casos levar a comportamentos apáticos ou anárquicos.
Mudo então a pergunta: por que estamos aqui?
Com esta pergunta coloco em segundo plano de onde vim, para onde irei. Conjugo o meu eu com a minha realidade. Sou o que sou e estou aqui. Esta é minha realidade. Com esta humildade e pragmatismo acredito então que possa fazer meu ato de fé.
" A finalidade que a alma entra em nosso corpo é demonstrar seus poderes e suas ações neste mundo, pois precisa de um instrumento. Ao descer a este mundo aumenta o fluxo de seu poder para guiar o ser humano pelo mundo. Por isso, aperfeiçoa-se em cima e embaixo, atingindo o estágio superior ao realizar-se em todas as dimensões. Se ela não se realizar em cima e embaixo não estará completa.
Antes de descer a este mundo, a alma mana dos mistérios dos níveis mais altos.Enquanto está neste mundo é completada e realizada por este mundo inferior. Ao partir deste mundo estará cheia de plenitude de todos os mundos, do mundo de cima e do mundo de baixo.
De início, antes de descer a este mundo, a alma é imperfeita; falta-lhe algo. Ao descer a este mundo ela é aperfeiçoada em todas as dimensões". ( A Jornada da Alma - Moses de Leon )
Este é meu ato de fé. Meu Eu e minha Alma precisam se completar para que possamos transcender.
Fé pura fé. E para que se torne mais forte e não fraqueje, há de se ter um Credo.
Um credo que seja Universal e um credo que seja só meu.
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