A procura da causalidade foi algo que sempre me motivou. Isto sempre ocorreu desde que me entendo por gente. A ideia básica é observarmos um efeito e questionarmos o que o gera. Isto vai desde o entendimento de como é feito uma cópia xerox ao entendimento porque a velocidade de um corpúsculo é limitado pela velocidade da luz. Preciosidades ?!
Nem tanto. Quando pensamos em algo mais concreto é mais fácil o entendimento, quando tentamos entrar em um mundo mais abstrato, tudo nos parece mais difícil. São os nossos nichos sociais, éticos, psicológicos e espirituais.
Nesses pequenos mundos que trazemos, na maioria das vezes fechados para outrens e velados para nós mesmos, ocorrem as grandes tragédias, as grandes comédias e as grandes alegrias.
Eventos que ocorrem nestes pequenos mundos são somatizados, muitas vezes, de forma violenta em nosso corpo. Vem a dor, o sofrimento, a melancolia, a sensação de solidão, de insegurança, de raiva e no limite, o desespero.
A procura por uma causa vem quase de imediato; por que isto está acontecendo comigo?
Em um instante procuramos por causas externas, mas na realidade este sentimento e esta somatização ocorrem dentro do nosso eu. O ato ou a informação externa são meros gatilhos.
O momento mais difícil de iniciarmos um processo de superação é reconhecermos este fato.
Se tentarmos introjectar, saberemos um pouco do porque. A nossa alma sempre sabe.
Se nos aprofundarmos mais veremos que aquilo que a causa é na realidade um efeito gerando outro efeito. Nesta descida ou subida, como queiram, dos porquês, a nossa alma ou nosso eu consciente ou inconsciente se embaralhará em muitos meandros mas de uma forma um pouco mais suave ou um pouco mais dura descobriremos alguns porquês.
Com certa facilidade conseguimos determinar com que frequência determinadas situações ocorrem ou seja quando acontecem e muitas vezes estas situações estão ligadas a um determinado local, onde ocorrem.
No final temos a parte mais chata, com quem ocorre estas situações.
E agora vem a derradeira pergunta, como mudarmos aquilo que é indesejável.
O como significa mudança. O como é sair de uma situação estável, de conforto ou não, mas conhecida para tentar um novo "status" desejável mas de alcance incerto.
Daí surge o medo. Qual o o melhor caminho para ir de uma situação A para uma situação B?
Se perguntássemos a Euclides ele diria; siga um caminho reto entre estas duas situações.
Se perguntássemos a Gauss ou Riemann, pais da geometria não euclidiana, diriam depende em que espaço você está.
Usando está definição não linear, vejamos como o espaço da Cabala trabalha este desejo de mudança.
Na Gênesis cristã ou judaica, na expulsão de Adão e Eva, Deus deixa uma situação de remissão a volta ao Paraíso. A Árvore da Vida.
Ao lado da árvore do Conhecimento existe a da Vida. Mas o que seria a árvore da Vida?
O Torá e a Bíblia pouco dizem sobre sua existência. Interpretações livres foram feitas em cima de alguns textos do Torá durante séculos. Obviamente não existe consenso em torno deste tema mas de uma maneira geral se acredita que ela mostraria o caminho à Deus. A partir daí as interpretações podem ser mais fechadas com os tradicionalista ou bem mais abertas com esoteristas do seculo XIX ou os neo-cabalistas do século XX.
Dentre estas interpretações prefiro aquela que nos mostraria o caminho da alma descendo ao nosso mundo e os ensinamentos que faça homem ascender de novo a Deus.
O caminho de vinda resumo com frase de Moses de Leon, rabino cabalística:
"A alma vem a este mundo para se completar."
Este ciclo de vindas e idas cessa quando nossa alma está completa.
E o que significa estar completa?
Significa crescer de uma maneira terrena e transcendental, aqui no nosso mundo, na carne.
Não estamos aqui nos preparando para tirar uma licença para morar no Paraíso.
Estamos aqui, na carne, para viver nossos sentidos e sentimentos. As quinas de nossas almas se atritarão e se quebrarão quando entendermos que a alma que está ao nosso lado precisa tanto da gente quando dela mesmo.
Quando entendermos que aquelas almas que ajudamos a trazer a este mundo são de nossa eterna responsabilidade.
Entendendo isto podemos tentar navegar neste mar chamado Árvore da Vida.
O Como.
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