O entardecer pode ser tão belo quanto o amanhecer.
Ambos iluminam mas de forma diferente.
Veja o amanhecer; a luz aparece muito tênue e clara e vai se fortalecendo. Deixa de ser difusa e se torna concentrada. Os contornos do mundo começam a ficar totalmente visíveis. Cada ser, cada objeto podem ser reconhecidos pela sua individualidade. O mundo está nascendo, explodindo em cores, acompanhado de toda a sonoridade da vida. Esta riqueza de energia acelera todos os corpos gerando um movimento quase caótico. E assim a vida começa...
E o entardecer?
Você olha e vê uma luz mais avermelhada, não mais fraca e nem mais forte, um pouco mais antiga diz a física. A penumbra começa a espraiar e os contornos se tornam mais difusos. A energia começa a se ausentar. Os movimentos se acalmam, a sonoridade do silêncio é ouvida e a cortina da noite se aproxima.
Belo?
Sim.....
A penumbra permite enxergar sem ofuscamento. O movimento mais calmo e o silêncio aumenta a percepção do fato e a beleza, passada, presente e futura, pode ser contemplada em todo seu esplendor sem a paixão do caos.
Belo momento que não deve ser desperdiçado...
E a cortina da noite não assusta?
Sim, mas todo grande mistério também.
Seria bom que a verve de aventura imperasse e descortinasse a noite. O medo se esfumaçasse e então a luz escura, que não se conhece, trouxesse a paz de um novo e diferente dia.
E assim a vida se aquieta...
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