Parei para pensar e articular aquele discurso bem estruturado. Não saiu. Falei algumas abobrinhas que não lembro e desconversei.
Difícil. Tentei racionalizar. O que leva uma pessoa ao estado de felicidade?
Ou felicidade não é um estado e sim uma existência ou seja é ser feliz.
Ser feliz ou estar feliz parece um questionamento "shakespeariano".
Perguntei-me então o que antecede o ser feliz ou estar feliz. A resposta é o desejo.
Se não para todos, diria para a grandíssima maioria: queremos ser ou estar feliz.
Mas quais os desejos que poderiam levar à felicidade?
Dinheiro, poder, "status", saber, um grande amante e assim em diante, com seus desdobramentos.
Mas lutar para concretizar estes desejo pode ocorrer fora de um plano ético ou seja:
É possível ser feliz no que chamamos de pecado?
Difícil. A interiorização de cada questão é muito individual.
Mas chegando a este ponto, a racionalidade parece que aponta para situações de felicidade.
Algumas procuras, podem em casos muito especiais, levar a um estado de existência como a Paz.
Alguns grandes líderes espirituais da humanidade mostraram isto.
Mas a felicidade não lembro. Os caminhos que traçamos para nos levar a felicidade são tortuosos e quase nunca chegam aos seus destinos.
Podemos contra-argumentar dizendo: sempre quis ter uma belíssima casa com isto, com aquilo e mais um monte de coisas e quando consegui foi um grande momento de felicidade. Será que foi?
Será que a felicidade está intimamente ligada ao sentimento de posse, sejam estas posses concretas ou abstratas. Acho difícil. Lembrei-me do velho ditado: cuidado com seus desejos.
Será que a felicidade está intimamente ligada aquilo que consideramos altamente ético. Acho difícil. A ética é sempre restritiva e castradora. Ousaria a dizer que seria mais fácil encontrar momentos de felicidade no pecado.
Exercício mental difícil tentar explicar esta pergunta, mas neste ponto interiorizei o questionamento e procurei em minha mente os momentos em que tive este sentimento de ser feliz.
Achei alguns, diria muitos pois com eles vieram também os momentos de tristezas, e aí me perguntei quais os motivos ou causas que me levaram a estes sentimentos.
A fronteira é tênue entre estes momentos de grandes felicidades e grandes tristezas e não poderia ser diferente, somos assim, não conseguimos entender o branco sem o preto.
Minha racionalidade respondeu que tinha tantas causas que provavelmente as causas eram nenhuma. Resposta ruim mas não foi errada. Por exclusão ela me mostrou a alma.
Tentei expressar e consegui isto: "ser feliz é estar em sintonia com sua alma".
Felicidade é coisa da alma. O estado mais puro de felicidade chega sem ser percebido e explode dentro de você. É um simples gesto, é uma simples visão, é um simples som, quiça um odor ou paladar que seus sentidos injetam diretamente na alma sem o filtro da racionalidade.
O primeiro beijo de uma paixão, de quinze ou cinquenta, o choro assustado do seu filho no mundo novo, o som de uma bela musica que leva a felicidade de algo que nunca tivemos, o odor do tempero daquela que lhe alimentou uma vida e já se foi, de se perceber bonito sem motivo e dezenas de pequenos momentos que muitas vezes deixamos escapar no tempo.
Valeu a pergunta. Fiquei feliz com a resposta. Chegou de surpresa.
E agora?
Me sintonizar mais com a minha alma.
Como?
Fica a pergunta para todo nós.
Abraço na alma.
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