Tô sentado na poltrona ouvindo sua voz carente de ar. Os fatos vão pra trás e vem até aqui. Não vão para frente. O futuro deixou de ser conjugado. Passo a mão na sua tez. Um carinho imenso. Sou à toda momento confundido. Tenho dupla função sou pai, sou filho.
Olho com calma, tanto ele como eu sabemos que não precisamos ter pressa. As vezes se cala, me calo também. A minha presença basta, ela afasta todos os perigos e medos.
Os sonhos acabaram. Aí está a última lição a ser aprendida com ele.
Os sonhos acabam, a alma começa a fenecer, o corpo tenta prosseguir sem saber o rumo. Até quando?
Não sabemos, a alma tem seu próprio tempo. Parece que só o presente vai prevalecer. O passado se esvaí, o futuro não existe. Talvez a eternidade seja um presente contínuo.
Sendo assim o que posso doar a ele é o meu presente, o qual estamos conjugamos juntos.
Coragem ou covardia ele chegar até aqui?
Não sei dizer, se é medo ou achar que a vida sempre é luta.
Recosto a cabeça no espaldar da poltrona, os olhos continuam nele mas o pensamento captura cada rosto jovem que amo.
Seus rostos lindos que riem e choram com tanta frequência. Felicidade e tristezas passam velozes. Sonhos alcançados, sonhos destruídos. São universos em constante criação onde o caos e a ordem se estabelecem em constantes explosões e reordenação dos destroços.
O passado, o presente e o futuro estão entranhados em sua carne e alma. Seus olhos brilham.
Sonhe minha jovem esposa, sonhem meus filhos. Viagem neste barco do tempo.
A busca da felicidade será sempre eterna, com pequenas pausas, quando ancoramos no presente, para preparação de uma nova viagem.
À vocês, minha esposa e filhos, um novo ano cheio de aventuras e venturas
Do seu esposo e pai. ( 31/12/2015)
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
O que sabemos de Deus?
Observações sempre trazem questionamento e acontece muito comigo.
Estávamos conversando sobre as dificuldades da vida e então me respondeu;
- Eu tenho fé em Deus que isto vai passar. Ele vai me ajudar a entender e vai me guiar, pois eu o adoro e sirvo.
Pensei na correlação entre as duas afirmativas ou seja a servidão e adoração e a ajuda de Deus.
Procurei tentar emaranhar estas afirmações e criar um contexto de entendimento. E aí surgem perguntas:
Porque o homem precisa adorar e servir a Deus para que ele venha em seu socorro?
Porque Deus precisa de adoração e servidão para atendê-lo?
Acredito que a segunda pergunta parece de mais fácil de abordagem, podendo haver discordância.
Tentar definir Deus é algo que nossa mente humana é incapaz de realizar. Noções de Infinito e Eterno fogem a nossa capacidade de realização mental. Deus é o que é. Basta.
Mas podemos fazer algumas correlações muito grosseiras e uma delas é: Pense em um homem e uma colônia de amebas. Este homem está procurando fazer com que as amebas comecem a reconhecer alguns sinais simples de escuro e claro. Um homem bom, um estudioso. Sabe que passarão muitas décadas de trabalhos e estudo para que esta colônia de amebas consiga assimilar este condicionamento e passar a próxima geração. Porque ele faz não sei e não importa. A sua preocupação é que a colônia evolua. Fecha a porta e tem outros afazeres.
Muda o pano.
O que somos nós perante o Deus Criador. Com certeza esta amplitude de compreensão do Todo é maior do que a diferença de compreensão entre a ameba e o estudioso. Assim como o estudioso não espera adoração nem servidão das amebas, pela total inutilidade destas ações , assim acredito que o Deus Criador não quer a adoração nem servidão pela total inutilidade destas ações. Talvez ele queira o entendimento das suas criaturas do que ele é.
Muda a pergunta: Porque o homem precisa adorar e servir a Deus?
Ouso a dizer que estes atos surgem do medo atávico do homem da compreensão do ato da morte, ou seja a sua finitude física e mental.
A partir desta compreensão a relação do agora-homem com o seu universo muda substancialmente. Ele precisa ser protegido dos fenômenos físicos e biológicos que o leva a perecer.
A quem este homem primitivo pode recorrer contra estes fenômenos inexplicáveis que parecem cair do céu ou vir das profundezas da terra. A visão concreta deste homem exigia um criador destes fenômenos. E aí surgiram os deuses. Deuses que pudessem interagir com os homens, os protegessem e pudessem ser contidos.
Como se relacionar com estes deuses?
Este relacionamento seria a extrapolação do seu comportamento grupal. A servidão e adoração ao macho-alfa talvez fosse algo mais próximo do seu entendimento. O líder, macho-alfa, era o protetor do grupo e ao mesmo tempo um executor. Isto era o algo mais próximo do que poderiam entender como deus.
Ele era o deus existente e possivelmente o primeiro intermediário do deus não-existente.
Esta relação gerará as primeiras estruturas religiosas, que evoluíram ou involuíram, dependendo do ponto de vista. Quase todas mantiveram o ato da intermediação entre os homens e deus e os atos de adoração. Estas estruturas criaram os deuses e seus desejos.
Voltando ao título;" hoje o que sabemos de deus ou dos deuses?"
Sabemos de deus, o que nós criamos. Foi uma criação unilateral do homem.
Talvez o momento de deus ou os deuses se revelarem esteja chegando. Talvez em um ato apocalíptico. Não de um deus antropomórfico, mas do próprio homem pelo conhecimento do seu ser e deste universo que o cerca e pela infinitude futura da sua existência.
E Deus continuará a ser o que foi, o que é e o que será.
Estávamos conversando sobre as dificuldades da vida e então me respondeu;
- Eu tenho fé em Deus que isto vai passar. Ele vai me ajudar a entender e vai me guiar, pois eu o adoro e sirvo.
Pensei na correlação entre as duas afirmativas ou seja a servidão e adoração e a ajuda de Deus.
Procurei tentar emaranhar estas afirmações e criar um contexto de entendimento. E aí surgem perguntas:
Porque o homem precisa adorar e servir a Deus para que ele venha em seu socorro?
Porque Deus precisa de adoração e servidão para atendê-lo?
Acredito que a segunda pergunta parece de mais fácil de abordagem, podendo haver discordância.
Tentar definir Deus é algo que nossa mente humana é incapaz de realizar. Noções de Infinito e Eterno fogem a nossa capacidade de realização mental. Deus é o que é. Basta.
Mas podemos fazer algumas correlações muito grosseiras e uma delas é: Pense em um homem e uma colônia de amebas. Este homem está procurando fazer com que as amebas comecem a reconhecer alguns sinais simples de escuro e claro. Um homem bom, um estudioso. Sabe que passarão muitas décadas de trabalhos e estudo para que esta colônia de amebas consiga assimilar este condicionamento e passar a próxima geração. Porque ele faz não sei e não importa. A sua preocupação é que a colônia evolua. Fecha a porta e tem outros afazeres.
Muda o pano.
O que somos nós perante o Deus Criador. Com certeza esta amplitude de compreensão do Todo é maior do que a diferença de compreensão entre a ameba e o estudioso. Assim como o estudioso não espera adoração nem servidão das amebas, pela total inutilidade destas ações , assim acredito que o Deus Criador não quer a adoração nem servidão pela total inutilidade destas ações. Talvez ele queira o entendimento das suas criaturas do que ele é.
Muda a pergunta: Porque o homem precisa adorar e servir a Deus?
Ouso a dizer que estes atos surgem do medo atávico do homem da compreensão do ato da morte, ou seja a sua finitude física e mental.
A partir desta compreensão a relação do agora-homem com o seu universo muda substancialmente. Ele precisa ser protegido dos fenômenos físicos e biológicos que o leva a perecer.
A quem este homem primitivo pode recorrer contra estes fenômenos inexplicáveis que parecem cair do céu ou vir das profundezas da terra. A visão concreta deste homem exigia um criador destes fenômenos. E aí surgiram os deuses. Deuses que pudessem interagir com os homens, os protegessem e pudessem ser contidos.
Como se relacionar com estes deuses?
Este relacionamento seria a extrapolação do seu comportamento grupal. A servidão e adoração ao macho-alfa talvez fosse algo mais próximo do seu entendimento. O líder, macho-alfa, era o protetor do grupo e ao mesmo tempo um executor. Isto era o algo mais próximo do que poderiam entender como deus.
Ele era o deus existente e possivelmente o primeiro intermediário do deus não-existente.
Esta relação gerará as primeiras estruturas religiosas, que evoluíram ou involuíram, dependendo do ponto de vista. Quase todas mantiveram o ato da intermediação entre os homens e deus e os atos de adoração. Estas estruturas criaram os deuses e seus desejos.
Voltando ao título;" hoje o que sabemos de deus ou dos deuses?"
Sabemos de deus, o que nós criamos. Foi uma criação unilateral do homem.
Talvez o momento de deus ou os deuses se revelarem esteja chegando. Talvez em um ato apocalíptico. Não de um deus antropomórfico, mas do próprio homem pelo conhecimento do seu ser e deste universo que o cerca e pela infinitude futura da sua existência.
E Deus continuará a ser o que foi, o que é e o que será.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
O que é família? A grande hipocrisia.
Até agora não entendi muito bem o porque do questionamento do que é uma família. Acho que todos vivíamos muito bem sem este questionamento. Tem certas coisas que acredito não devem ser definidas, e família é uma delas. Infelizmente no Brasil, um recrudescimento do conservadorismo radical tanto no aspecto social quanto religioso nos levaram a posições de total irracionalidade. Não entendo as posições, pois são irracionais, mas entendo o momento. Vivemos, talvez na história do Brasil o momento de maior hipocrisia social e política. Diversas são os motivos, nem todos muito bem delineados. Deixarei que sociólogos expliquem todo este processo em um futuro próximo. Assumo que sou incompetente para tal. Mas assustei.
Assustei quando o papa Francisco veio a público e afirmou que a constituição da família está alicerçada no casal, um homem e uma mulher ou seja não existe a família sem um casal biológico, uma macho e uma fêmea.
Assustei porque aprendi a gostar do papa Francisco por suas posições em favor dos desassistidos. Parece que a hipocrisia não grassa somente nas terras brasilianas. Querer definir a família somente pelo seu aspecto biológico é reduzi-la à aspectos liliputianos.
A família carrega consigo aspectos sociais, morais, espirituais, culturais, financeiros e físicos. A sua antropologia é imensa.
Ao emitir opiniões sobre a família, a instituição Igreja esquece que alijou do seu seio a instituição família no Concilio de Latrão, impondo a todos os clérigos o celibato. O pseudo- motivo alegado era necessidade da total de liberdade e disponibilidade para servir a Deus. O motivo real era o receio da partilha dos bens da Igreja com familiares do seus clérigos. Esta proibição abriu as portas das grandes aberrações para a Igreja e que perduram até os dias de hoje. Fatos.
Certo ou errado; não ouso julgar.
Voltando a aspectos totalmente bíblicos, recordemo-nos que há recomendações explicitas de Deus a seu povo, os judeus para crescerem e multiplicar. Obviamente sem um homem e uma mulher isto não pode ser feito. Pergunta-se; isto definia uma família?
Acredito que seja não. Esta recomendação está dentro de um contexto geo-politico. A terra da Judeia e Palestina estivem sempre sitiada por grandes impérios. Ao sul o Egípcio, ao norte Hitita, a leste Assírio e Babilônico. A razão era simples ou o povo judeu se multiplicava ou expirava.
A estrutura antropológica da família bíblica era totalmente diferente da família ocidental que temos hoje nos seus diversos aspectos; social, moral, cultural, etc...
Hoje não podemos viver nos mesmos moldes de 2000 anos atrás. Multiplicamo-nos demais. Hoje, a humanidade é quase um câncer para o planeta Terra. Estamos destruindo o nosso habitat. Os valores tem que ser mudados e talvez o maior deles seja o da família, que é a célula básica da humanidade. Não podemos mais sermos comparados a uma família de camundongos. A reprodução desenfreada da humanidade e a exploração de recursos estão nos levando a grande encruzilhada da sobrevivência. Esta sobrevivência passa por esta consciência e esta consciência com certeza não está ligada a definição biológica de família.
Decisões duras terão que ser tomadas, caminhos difíceis terão que ser trilhados. Milhões terão que ser protegidos ou perecerão.
Isto não ocorrerá se mantivermos esta visão estúpida e conservadora de família onde a exclusão é a tônica, e não a inclusão.
Enquanto isto o tempo escoa e os "castrattis" da vida se encastelam em suas posições fossilizadas com seu canto mefítico e imutável.
Lutemos por um conceito abrangente e inclusivo da família.
Assustei quando o papa Francisco veio a público e afirmou que a constituição da família está alicerçada no casal, um homem e uma mulher ou seja não existe a família sem um casal biológico, uma macho e uma fêmea.
Assustei porque aprendi a gostar do papa Francisco por suas posições em favor dos desassistidos. Parece que a hipocrisia não grassa somente nas terras brasilianas. Querer definir a família somente pelo seu aspecto biológico é reduzi-la à aspectos liliputianos.
A família carrega consigo aspectos sociais, morais, espirituais, culturais, financeiros e físicos. A sua antropologia é imensa.
Ao emitir opiniões sobre a família, a instituição Igreja esquece que alijou do seu seio a instituição família no Concilio de Latrão, impondo a todos os clérigos o celibato. O pseudo- motivo alegado era necessidade da total de liberdade e disponibilidade para servir a Deus. O motivo real era o receio da partilha dos bens da Igreja com familiares do seus clérigos. Esta proibição abriu as portas das grandes aberrações para a Igreja e que perduram até os dias de hoje. Fatos.
Certo ou errado; não ouso julgar.
Voltando a aspectos totalmente bíblicos, recordemo-nos que há recomendações explicitas de Deus a seu povo, os judeus para crescerem e multiplicar. Obviamente sem um homem e uma mulher isto não pode ser feito. Pergunta-se; isto definia uma família?
Acredito que seja não. Esta recomendação está dentro de um contexto geo-politico. A terra da Judeia e Palestina estivem sempre sitiada por grandes impérios. Ao sul o Egípcio, ao norte Hitita, a leste Assírio e Babilônico. A razão era simples ou o povo judeu se multiplicava ou expirava.
A estrutura antropológica da família bíblica era totalmente diferente da família ocidental que temos hoje nos seus diversos aspectos; social, moral, cultural, etc...
Hoje não podemos viver nos mesmos moldes de 2000 anos atrás. Multiplicamo-nos demais. Hoje, a humanidade é quase um câncer para o planeta Terra. Estamos destruindo o nosso habitat. Os valores tem que ser mudados e talvez o maior deles seja o da família, que é a célula básica da humanidade. Não podemos mais sermos comparados a uma família de camundongos. A reprodução desenfreada da humanidade e a exploração de recursos estão nos levando a grande encruzilhada da sobrevivência. Esta sobrevivência passa por esta consciência e esta consciência com certeza não está ligada a definição biológica de família.
Decisões duras terão que ser tomadas, caminhos difíceis terão que ser trilhados. Milhões terão que ser protegidos ou perecerão.
Isto não ocorrerá se mantivermos esta visão estúpida e conservadora de família onde a exclusão é a tônica, e não a inclusão.
Enquanto isto o tempo escoa e os "castrattis" da vida se encastelam em suas posições fossilizadas com seu canto mefítico e imutável.
Lutemos por um conceito abrangente e inclusivo da família.
sábado, 12 de setembro de 2015
Carta a minha filha
Hoje quase não escrevemos carta. As mensagens são curtas,
ligeiras, galopantes. A poeira não levanta. Parece que escrevemos na areia, ou
o vento apaga ou o mar leva.
Quero escrever uma carta a minha filha. Palavras que fiquem.
Não por minha vaidade. Palavras que tragam o passado ao presente mostrando
caminhos que percorri. Certo ou errado servem como um marco.
Filha, na maioria das vezes o mundo não é parecido com
aquilo que gostaríamos que fosse. Fazemos escolhas muito mais na expectativa e
no sonho do que nos é mostrado dia após dia. Nossa lente de ver a realidade é
distorcida pelos nossos desejos. Daí o provérbio que seu velho pai repete com
frequência; “cuidado com seus desejos, eles podem se realizar”.
Percorremos muitos caminhos juntos, alguns muito lindos e
alguns muito sofridos. Recorde-se. Os lindos caminhos você terá dificuldades de
lembrar, os sofridos virão rápido à sua memória. Dificilmente aprendemos com os
momentos lindos e felizes, ao contrário dos sofridos. É normal. Então vamos
aprender com a dor.
Agora posso olhar para trás com certa paz. Seja pelo longo
caminho que já percorri que trouxeram alguns calos na alma e pequenas
cicatrizes no coração, seja pela ternura que vem pela compreensão da alma
humana, sobre a qual penso todos os dias.
Escolhas que julgamos certas às vezes não se mostram boas.
Paciência, devemos nos perdoar. O que não pode ocorrer é não entendermos o que
deu errado. Sem isto não podemos mudar o rumo, escolhermos outro caminho. Se
fizermos escolhas sem este entendimento, com certeza escolheremos caminhos
errados julgando-os certo.
Devemos primeiro reconhecer a miopia pela qual vemos o
mundo, o nosso dia a dia. Trocar a lente às vezes é necessário. Ver o dia a dia
como ele se apresenta e não tentar trazê-lo para aderir àquilo que achamos que
é certo. Ao fazer isto você está misturando dois mundos. Tudo fica muito
confuso, embaçado, sem nitidez. As decisões se tornam difíceis de serem
tomadas. A dor virá com certeza e virá pela falta de ação. Como corrigir isto?
Seu pai só descobriu uma maneira, devem existir muitas
outras. Observar fatos desagradáveis que se repetem em sua vida e questioná-los;
foi a maneira pelo qual mudei minha lente. Acho que a explicação é simples; se fatos
similares e ruins se repetem no meu cotidiano, a Vida está mostrando que a
minha visão de mundo está fora de foco e não estou tomando ação para mudá-la.
Conselho do pai observe os fatos ruins que ocorrem na sua vida e tente olhar de
maneira diferente questionando o porquê das repetições. Com certeza algo novo
surgirá.
Como consequência deste processo alguns valores deverão ser
mudados, trocados ou eliminados. O pai tem um principio que foi aprendido em certo
momento da vida e que muito o tem ajudado. Temos que ter um Credo e a ele fazer
três votos. De pobreza; nosso credo tem que ser pequeno, com poucos princípios.
De obediência; se acreditamos nele devemos segui-lo. De castidade; se o temos e
acreditamos nele não podemos ficar flertando com muitos outros. O Credo é
mutável ao longo de sua vida. Ele é aquilo que traz paz a sua vida. Os valores
do seu credo não só podem como devem ser mudados em função dos bons caminhos
encontrados e para eliminação da repetição dos fatos ruins em sua vida.
Lembre-se sempre nem sempre aquilo que acreditamos ser certo
e justo é bom. Nem sempre o que é bom é certo e justo. Devemos sempre estar
procurando um novo certo para que corresponda aquilo que é bom. A transgressão
mais difícil de ser feita é a que temos que fazer conosco.
Um beijo na alma e no coração do seu pai.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
O Pardo - A Mudança
Estava escuro mas quentinho. Aquela calmaria era ao mesmo tempo maravilhosa mas preocupante. Estava certo. Começou com um leve tremor e depois aperto daqui, aperto de acolá, alguma coisa me virando de cabeça para baixo. Ouvi vozes nervosas. Não entendia bem o que era dito.
Comecei a ficar nervoso. Senti passos ligeiros. Alguma coisa estava grudada em mim. Antes não estava.
Mais vozes. Me colocaram na horizontal. Voltou a calmaria mas logo depois começou o empurra-empurra de novo.
Acenderam uma lanterna. Fechei os olhos Não estou acostumado a luz forte. O empurra-empurra continuou e de repente um clarão brilhante.
Alguém me segurava pela cabeça e me puxava. Até aí tudo bem. De repente me deram um tapa na bunda. Sacanagem. Aí eu chorei de raiva.
Mas não adiantou muito. Vira prá cá, virá prá lá, me esfregam. Tento me acalmar para ver o que está acontecendo e escuto uma voz feminina:
- Doutor, é um menino. O que vou colocar na cor?
- Põe aí, PARDO
Pardo!!!!!
Na minha simbiose já tinha ouvido falar em rosa,azul, vermelho, verde mas pardo como cor, não.
Abri o olho tentando me acostumar com aquele clarão e então me aproximaram da minha simbionte, conheci pelo cheiro. Maravilhoso.
Ouvi vozes de novo.
- Mamãe olha que menininho lindo!!
Achei aquilo meio falso mais foi fantástico pois descobri que aquela linda mulher, que era meu simbionte tinha o nome de mamãe.
Fiquei olhando para ela era muito linda. A única coisa que estranhei era que o cabelo dela estava um pouco em pé.
Lindos olhos, nariz fino , lábios grossos, uma pele marronzinha suave, mãos finas e delicadas e uns peitos. Gente que peitos!!!!!
Dei uma mamada!!!! A primeira é inesquecível!!!!!
Depois me colocaram em local cheio de pequenos ex-simbiontes. Uma zona!!
Fiquei olhando as cores, uns branquinhos, outros amarelinhos, outros marronzinhos, outros pretinhos e tinha um que estava dentro de uma casinha que estava verdinho. Não gostei daquele verde. Mas não identifiquei nenhum PARDO, exceto eu.
Logo depois conheci um cara grande, branco, cabelo diferente da minha mãe pois o cabelo ficava para baixo.
- Garotinho do papai. Meu saquinho roxo.
Aquele camarada tinha o nome de papai. Parecia gente boa. Tentei olhar para meu saquinho mas não consegui.
No dia seguinte saímos da Pro Matre. Papai falou este nome.
- Qual o nome do menino, mamãe?
- Rilden
- Hilden!!! Mas este menino é pardo e com este nome. É alemão???
- É um longa história de origem pernambucana. Deixa prá lá.
- Tá certo mamãe. Ele já está matriculado no Jardim da Escola Pública.........
Pensei; pardo é cor ou nacionalidade???
Beatles, época de rebeldia. Cabelos longos, calças boca de sino e “Saint tropez”.
Rock and roll. Maconhazinha. Bailizinhos com vitrola.
- Rilden, traduz esta letra dos Beatles prá gente.
- Tá bom vou ver.
Que cara chato. Só porque eu tenho bolsa de estudo.
Não sou rebelde até porque com este cabelo que herdei de mamãe não dá. Ele tem partículas anti-gravidade. Só cresce para cima.
Coisa de pardo. Já viu pardo rebelde. Não dá!!!
Gostava de um sambinha de quintal. Coisa de pele ou de pardo. Não sei. Vou deixar quieto.
Namorar nesta idade era difícil. Meu perfil era anti anglo-saxônico.
- Aspirante Albuquerque está aprovado em todos os exames. Apresentar-se na próxima segunda-feira com cabelo cortado. Eis seus exames.
- Ok, sargento
Lalari, lariri......Êpa!! Cor branca. Ou o branco aqui tem muitas matizes ou estes camaradas erraram no preenchimento.
- Mãe, acho que subi na escala social, agora eu sou branco.
- É meu filho, meu sonho é você ser um nórdico, rsrsrs.
- Engenheiro Albuquerque, eis aqui a sua carteira do CREA, parabéns e uma carreira de sucesso.
Adivinhe, corri os olhos na segunda página e lá estava; cor branca.
Que coisa!!!!!
O tempo escorreu, veio a prole. Adivinhe; todos brancos.
Comecei a ser chamado de doutor.
Os cabelos rarearam e estão ficando acinzentados.
Os olhos clarearam um pouco, as vezes quase verde.
Saudades da minha mãe, que se estivesse aqui diria:
- Meu filho você é um sueco!!!!!!!
domingo, 12 de julho de 2015
Nas Estreitezas da Vida
Gente, tem hora que você sente que que o conforto acabou. Algo aconteceu. O espaço diminuiu ou você cresceu. Parece que a vida ficou mais estreita e você sente que vai engargalar. E aí, o que fazer?
Bem, depende como você enxerga a situação. Possibilidades?
Você sabe que sabe que está acontecendo.
Você sabe que não sabe o que está acontecendo.
Você não sabe que sabe o que está acontecendo.
Você não sabe e presume que sabe o que está acontecendo.
Quando você sabe que sabe o está acontecendo momentos de angústia virão. O conteúdo do cálice terá que ser bebido mas o renascer ocorrerá. Um novo espaço, um novo tempo e novos sonhos.
Quando você sabe que não sabe, a procura se inicia. Existe um potencial enorme de se achar um novo caminho mas o desespero ronda pois a cada momento a vida se torna mais estreita. Tempos difíceis até achar o caminho.
Quando você não sabe que sabe. É aquele momento que você se alienou. Você não percebe que você engargalou, não vai para frente, não vai para trás.Em algum momento a porrada virá. A dor será intensa e se você suportar conseguirá ver com clareza um novo caminho.
Você não sabe e presume que sabe. Ouso a dizer que você descerá aos infernos pois é aquela situação em que você procurará soluções no passado não compreendendo que o passado lhe colocou nesta situação. A relação entre você e a vida é; ou ela alarga ou você encolhe. Difícil alargar a vida e talvez para você, encolher seja a solução para restabelecer o estado anterior. Você se comprime, se tensiona e descobre que o conforto não se estabeleceu. A violência continua em um ciclo interminável. Enquanto a humildade não prevalecer o sofrimento é inexorável.
Pense agora estamos falando de você, um ser único, algo em tese, pois para existirmos, precisamos do outro. Veja cada situação desta quando temos um(a) parceiro. Complica bastante. Quanta dor, quanto sofrimento podemos gerar com o nosso desconforto com as estreitezas da vida.
Pense quanta violência pode ser praticada ao presumir que sabe, não sabendo, por vaidade e orgulho. Amplie para família, comunidade e até nação. Exemplos não faltam.
Acredito que o conhecimento transcende e evoluciona e a ignorância violenta e mata.
Vivemos momentos difíceis pois muitos não sabem e presumem que sabem. Manipulação, contra-informação, má-fé, dogmatização nos levam a situações extremas de ignorância.
As estreitezas da vida existem desde que o mundo é mundo. Parar,ouvir, pensar,analisar e ponderar é algo que estamos esquecendo de fazer. Fazendo isto vem o respeito pelo próximo e fazendo isto, talvez ,venha até o amor, fazendo isto, sempre haverá um renascer.
Bem, depende como você enxerga a situação. Possibilidades?
Você sabe que sabe que está acontecendo.
Você sabe que não sabe o que está acontecendo.
Você não sabe que sabe o que está acontecendo.
Você não sabe e presume que sabe o que está acontecendo.
Quando você sabe que sabe o está acontecendo momentos de angústia virão. O conteúdo do cálice terá que ser bebido mas o renascer ocorrerá. Um novo espaço, um novo tempo e novos sonhos.
Quando você sabe que não sabe, a procura se inicia. Existe um potencial enorme de se achar um novo caminho mas o desespero ronda pois a cada momento a vida se torna mais estreita. Tempos difíceis até achar o caminho.
Quando você não sabe que sabe. É aquele momento que você se alienou. Você não percebe que você engargalou, não vai para frente, não vai para trás.Em algum momento a porrada virá. A dor será intensa e se você suportar conseguirá ver com clareza um novo caminho.
Você não sabe e presume que sabe. Ouso a dizer que você descerá aos infernos pois é aquela situação em que você procurará soluções no passado não compreendendo que o passado lhe colocou nesta situação. A relação entre você e a vida é; ou ela alarga ou você encolhe. Difícil alargar a vida e talvez para você, encolher seja a solução para restabelecer o estado anterior. Você se comprime, se tensiona e descobre que o conforto não se estabeleceu. A violência continua em um ciclo interminável. Enquanto a humildade não prevalecer o sofrimento é inexorável.
Pense agora estamos falando de você, um ser único, algo em tese, pois para existirmos, precisamos do outro. Veja cada situação desta quando temos um(a) parceiro. Complica bastante. Quanta dor, quanto sofrimento podemos gerar com o nosso desconforto com as estreitezas da vida.
Pense quanta violência pode ser praticada ao presumir que sabe, não sabendo, por vaidade e orgulho. Amplie para família, comunidade e até nação. Exemplos não faltam.
Acredito que o conhecimento transcende e evoluciona e a ignorância violenta e mata.
Vivemos momentos difíceis pois muitos não sabem e presumem que sabem. Manipulação, contra-informação, má-fé, dogmatização nos levam a situações extremas de ignorância.
As estreitezas da vida existem desde que o mundo é mundo. Parar,ouvir, pensar,analisar e ponderar é algo que estamos esquecendo de fazer. Fazendo isto vem o respeito pelo próximo e fazendo isto, talvez ,venha até o amor, fazendo isto, sempre haverá um renascer.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Á Minha Família, o Nome
Fatos cotidianos, quando refletidos, nos remetem à um tempo e a um espaço ás vezes esquecidos.
Em um pequena reunião de família fui questionado sobre a supervalorização que dou ao meu sobrenome paterno já que a percepção externa me vêem como continuação física e emocional de minha mãe.
Não tinha pensado nesta pergunta mas a resposta me pareceu clara. O nome paterno era uma palavra mais ampla. Poderia implementar valores a este nome. Valores que julgo importante. Só por isto.
Mas esta pergunta me estilingou a outro tempo,a outro espaço, no passado.
Conversava com minha mãe e ela me explicava com aqueles olhos sofridos e doces
- Filho sempre quis ter uma família e vocês são a família que tenho. É uma grande graça recebida.
Ficava olhando aquele rostinho miúdo, magrinha mas esticadinha. Aquela aparente fragilidade era resultado de uma vontade férrea de ter aquilo que mais almejava. Uma família, no seu mais amplo sentido espiritual, emocional e físico, afinal isto lhe fora negado na tenra infância. Morte da mãe, abandono do pai.
A sua entrega foi total a sua família. Sua grande felicidade, seu grande sofrimento.
Muitas vezes aqueles que recebem não entendem o que estão recebendo. Imaturidade e egoísmo. Funcionam como um buraco negro, absorvem tudo que está a sua volta e não percebem que estão destruindo aquilo que o alimenta. É uma característica deste Universo, seja material ou espiritual. Talvez um dia venhamos entender.
Bem, esse desejo de minha mãe enraizou muito cedo em mim. Coisas da alma. Mas a compreensão da amplitude deste desejo só veio quando ela estava partindo. Ela estava indo, eu esboroando e minha família esfarelando. Talvez este foi meu último aprendizado com ela e foi triste e muito sofrido pois acho que foi a única vez que aprendi com minha mãe pelo não exemplo. Foi ali que decidi, não da maneira clara que enxergo hoje, que valores seriam a cola da minha família. Não importa se uma parte estivesse na Patagônia, outra no Nepal. Estar junto não era essencial, partilhar dos mesmos valores sim. Valores mudam e tem que mudar para nossa sobrevivência física e mental mas o arcabouço está lá.
Ao afirmar isto vejo o sorriso doce de gozação dos meus filhos. Risos da observação das diferenças entre eles próprios, diferenças que um dia verão que não são tão grandes quanto acreditam.
Me puxei de volta e pensei no nome. Realmente não é importante, o importante é o significado que damos à ele. É um nome que tem 700 anos e não tinha significado algum para nós. O significado está sendo dado agora pelos nossos valores; valores estes muito próximo as de minha mãe, com pequenas mutações, pois afinal temos que mudar para sobreviver.
Acho que de certa forma estão certo, sou uma continuidade dela. Ela foi o meu arcabouço.
Em um pequena reunião de família fui questionado sobre a supervalorização que dou ao meu sobrenome paterno já que a percepção externa me vêem como continuação física e emocional de minha mãe.
Não tinha pensado nesta pergunta mas a resposta me pareceu clara. O nome paterno era uma palavra mais ampla. Poderia implementar valores a este nome. Valores que julgo importante. Só por isto.
Mas esta pergunta me estilingou a outro tempo,a outro espaço, no passado.
Conversava com minha mãe e ela me explicava com aqueles olhos sofridos e doces
- Filho sempre quis ter uma família e vocês são a família que tenho. É uma grande graça recebida.
Ficava olhando aquele rostinho miúdo, magrinha mas esticadinha. Aquela aparente fragilidade era resultado de uma vontade férrea de ter aquilo que mais almejava. Uma família, no seu mais amplo sentido espiritual, emocional e físico, afinal isto lhe fora negado na tenra infância. Morte da mãe, abandono do pai.
A sua entrega foi total a sua família. Sua grande felicidade, seu grande sofrimento.
Muitas vezes aqueles que recebem não entendem o que estão recebendo. Imaturidade e egoísmo. Funcionam como um buraco negro, absorvem tudo que está a sua volta e não percebem que estão destruindo aquilo que o alimenta. É uma característica deste Universo, seja material ou espiritual. Talvez um dia venhamos entender.
Bem, esse desejo de minha mãe enraizou muito cedo em mim. Coisas da alma. Mas a compreensão da amplitude deste desejo só veio quando ela estava partindo. Ela estava indo, eu esboroando e minha família esfarelando. Talvez este foi meu último aprendizado com ela e foi triste e muito sofrido pois acho que foi a única vez que aprendi com minha mãe pelo não exemplo. Foi ali que decidi, não da maneira clara que enxergo hoje, que valores seriam a cola da minha família. Não importa se uma parte estivesse na Patagônia, outra no Nepal. Estar junto não era essencial, partilhar dos mesmos valores sim. Valores mudam e tem que mudar para nossa sobrevivência física e mental mas o arcabouço está lá.
Ao afirmar isto vejo o sorriso doce de gozação dos meus filhos. Risos da observação das diferenças entre eles próprios, diferenças que um dia verão que não são tão grandes quanto acreditam.
Me puxei de volta e pensei no nome. Realmente não é importante, o importante é o significado que damos à ele. É um nome que tem 700 anos e não tinha significado algum para nós. O significado está sendo dado agora pelos nossos valores; valores estes muito próximo as de minha mãe, com pequenas mutações, pois afinal temos que mudar para sobreviver.
Acho que de certa forma estão certo, sou uma continuidade dela. Ela foi o meu arcabouço.
domingo, 5 de abril de 2015
Doar e Receber
Venho a muitos anos procurando os aspectos ou variáveis que permitam o estabelecimento de relações interpessoais que chamo de saudáveis. E o que chamo de saudável?
Basicamente é o bom sentimento após um gesto ou palavra lançados ao seu próximo ou em muitos casos a ausência.
Sofri muitas vezes pela minha intempestividade das minhas palavras e gestos. Na maioria das vezes consegui me perdoar afinal a caminhada me forjou. Nunca foi fácil, foi dura mas mantive de certa forma a ternura. Alguns pequenos anjos ajudaram.
Iniciei a procura; o sentimento de culpa é algo que muito me incomoda.Passei a olhar mais as pessoas, observar seus gestos, comportamento. Passei a escutar mais, procurando agressividade e doçura em suas palavras. Acho que foi mais um processo estatístico de conhecimento do que de aprendizado.
Li, li muito. Ainda é o processo mais eficaz de aprendizado. Corri pela filosofia, pela religião, pela psicologia que considero as principais áreas do conhecimento do comportamento humano. Desta procura três princípios me chamaram atenção e os encontrei na fronteira da filosofia e da religião. De certa maneira estes princípios permeiam os ensinamentos básicos de todas as religiões sejam elas caracterizadas como ocidentais ou orientais. Acredito que alguns milhares de livros já abordaram estes princípios, que são duais:
- Doação e Recepção
- Expansão e Contração
- Materialismo e Espiritualismo
Qualquer discussão sobre qualquer de um destes princípios, acho que poderia levar uma vida com todos os seus possíveis desdobramentos. O propósito deste pequeno texto não é de discussão infindáveis mas deixar um pequeno fio com uma das ponta escondida para aqueles que sintam curiosidade ou necessidade puxar.
Vamos falar um pouco sobre o primeiro deles; A Doação e a Recepção.
Este princípio nos remete sempre o ato da criação, a gênese de qualquer base religiosa. Por que?
A resposta a esta pergunta é outra pergunta: O que existia antes da Criação?
Nada ou um Deus. Estes dois significados se confundem no inicio mas não isto importa, o que importa que espaço e energia foram doados. Um Deus ou Deuses doaram um Universo para que suas criaturas pudessem viver. Aqui surge o primeiro ensinamento:
" O ato primordial de doar é unilateral".
Quem exerce a condição da maternidade e a paternidade conhece este ato com muita profundidade. Você se doa totalmente ao seus rebentos e não espera retorno.
Mas vejam, nós somos as criaturas da criação. Fomos feito para receber. O melhor exemplo disto são nossos rebentos ao nascerem. Tudo que precisam tem que ser doado. Daqui se retira outro ensinamento:
'O ato de doar será feito sempre de quem tem o que doar a quem não tem o que doar".
Diria óbvio, mas nem tanto, Primeiro, para doar algo você tem que criar, seja riqueza material ou espiritual. Quantas pessoas tentam doar aquilo que não tem. Não pensem só em bens materiais mas em outros um pouco mais espirituais. Talvez bondade, compreensão, carinho, perdão, outros, outros e outros. Se não se possui ou cultua estes valores o que será entregue?
Outro ponto a ser pensado é que somos feito da essência do nosso criador mas de natureza diferente. Em poucas palavras fomos criados para receber mas temos a necessidade de doar também. É desta dicotomia da troca que vem os maiores dissabores das criaturas da Criação.
" O bem da doação é ´determinado pelo querer de quem recebe".
Deus ou Deuses de diversas bases religiosas ou mitológicas oferecem bens que muitas das vezes só trazem sofrimento e nenhuma lenimento. Nós de tradição judaico-cristã conhecemos algumas famosas
passagem de sofrimento de pessoas e povos por uma doação imposta. Na antiga mitologia grega passagens como esta aparecem, também, com muita frequência.
Em um relacionamento a dois ou comunitário quantas coisas são entregues sem querência e quantas deixam de ser entregues que seriam tão queridas. Quantos desencontros e guerras seriam evitadas.
Um frase, que mais caracteriza este desentendimento, em qualquer conversa é; " Me sacrifiquei tanto e é isto que recebo de volta".
Neste querer de entender e me relacionar um pouco melhor com o meu próximo tento lembrar a todo momento:
"Doe aquilo que é desejado"
"Doe somente aquilo que tenha"
"Doe sem esperar retorno"
Somos seres que doamos e recebemos pela nossa essência e natureza, nesta relações me pergunto: o como entregar e receber, para que o bom sentimento prevaleça?
Acho que a resposta passa pela Expansão e Contração da nossa Alma.
Basicamente é o bom sentimento após um gesto ou palavra lançados ao seu próximo ou em muitos casos a ausência.
Sofri muitas vezes pela minha intempestividade das minhas palavras e gestos. Na maioria das vezes consegui me perdoar afinal a caminhada me forjou. Nunca foi fácil, foi dura mas mantive de certa forma a ternura. Alguns pequenos anjos ajudaram.
Iniciei a procura; o sentimento de culpa é algo que muito me incomoda.Passei a olhar mais as pessoas, observar seus gestos, comportamento. Passei a escutar mais, procurando agressividade e doçura em suas palavras. Acho que foi mais um processo estatístico de conhecimento do que de aprendizado.
Li, li muito. Ainda é o processo mais eficaz de aprendizado. Corri pela filosofia, pela religião, pela psicologia que considero as principais áreas do conhecimento do comportamento humano. Desta procura três princípios me chamaram atenção e os encontrei na fronteira da filosofia e da religião. De certa maneira estes princípios permeiam os ensinamentos básicos de todas as religiões sejam elas caracterizadas como ocidentais ou orientais. Acredito que alguns milhares de livros já abordaram estes princípios, que são duais:
- Doação e Recepção
- Expansão e Contração
- Materialismo e Espiritualismo
Qualquer discussão sobre qualquer de um destes princípios, acho que poderia levar uma vida com todos os seus possíveis desdobramentos. O propósito deste pequeno texto não é de discussão infindáveis mas deixar um pequeno fio com uma das ponta escondida para aqueles que sintam curiosidade ou necessidade puxar.
Vamos falar um pouco sobre o primeiro deles; A Doação e a Recepção.
Este princípio nos remete sempre o ato da criação, a gênese de qualquer base religiosa. Por que?
A resposta a esta pergunta é outra pergunta: O que existia antes da Criação?
Nada ou um Deus. Estes dois significados se confundem no inicio mas não isto importa, o que importa que espaço e energia foram doados. Um Deus ou Deuses doaram um Universo para que suas criaturas pudessem viver. Aqui surge o primeiro ensinamento:
" O ato primordial de doar é unilateral".
Quem exerce a condição da maternidade e a paternidade conhece este ato com muita profundidade. Você se doa totalmente ao seus rebentos e não espera retorno.
Mas vejam, nós somos as criaturas da criação. Fomos feito para receber. O melhor exemplo disto são nossos rebentos ao nascerem. Tudo que precisam tem que ser doado. Daqui se retira outro ensinamento:
'O ato de doar será feito sempre de quem tem o que doar a quem não tem o que doar".
Diria óbvio, mas nem tanto, Primeiro, para doar algo você tem que criar, seja riqueza material ou espiritual. Quantas pessoas tentam doar aquilo que não tem. Não pensem só em bens materiais mas em outros um pouco mais espirituais. Talvez bondade, compreensão, carinho, perdão, outros, outros e outros. Se não se possui ou cultua estes valores o que será entregue?
Outro ponto a ser pensado é que somos feito da essência do nosso criador mas de natureza diferente. Em poucas palavras fomos criados para receber mas temos a necessidade de doar também. É desta dicotomia da troca que vem os maiores dissabores das criaturas da Criação.
" O bem da doação é ´determinado pelo querer de quem recebe".
Deus ou Deuses de diversas bases religiosas ou mitológicas oferecem bens que muitas das vezes só trazem sofrimento e nenhuma lenimento. Nós de tradição judaico-cristã conhecemos algumas famosas
passagem de sofrimento de pessoas e povos por uma doação imposta. Na antiga mitologia grega passagens como esta aparecem, também, com muita frequência.
Em um relacionamento a dois ou comunitário quantas coisas são entregues sem querência e quantas deixam de ser entregues que seriam tão queridas. Quantos desencontros e guerras seriam evitadas.
Um frase, que mais caracteriza este desentendimento, em qualquer conversa é; " Me sacrifiquei tanto e é isto que recebo de volta".
Neste querer de entender e me relacionar um pouco melhor com o meu próximo tento lembrar a todo momento:
"Doe aquilo que é desejado"
"Doe somente aquilo que tenha"
"Doe sem esperar retorno"
Somos seres que doamos e recebemos pela nossa essência e natureza, nesta relações me pergunto: o como entregar e receber, para que o bom sentimento prevaleça?
Acho que a resposta passa pela Expansão e Contração da nossa Alma.
domingo, 29 de março de 2015
Querer Pronto ( Fast Relationship )
Nestas idas e vindas na rotina do cotidiano batemos papo com um, com outro, na fila do caixa do supermercado, na fila do self-service, no banco, no Pilates e assim vamos nos distraindo no dia a dia.
Sempre acreditei que é bom escutar, mais velho então, a preguiça ajuda.
- Sabe, não dá pra ter mais ninguém.
Faço cara "de porque".
- Não dá. Conheci muita "mulher" mas está difícil de ficar junto. É muita cobrança e só quer levar vantagem.
Faço outra cara "de como assim".
- Pô, querem tudo e não entregam nada. É balada, é jantar, é shopping, é encontro com as amigas e sobra pra mim, quando ela quer, um rala e rola fraquinho. Realmente não dá.
Desta vez pergunto: "e a conversa?"
- Esse negócio de "DR" é um saco. Não rola comigo.
- Mas você não tem esperança de encontrar alguém que dê pra ficar.
- Tá difícil. Vou pra balada, encontro umas meninas, rola uma atração, a gente sai, mas depois não rola.
O apito apontava o caixa 4. Dei tchau e fui pagar as compras.
Estava alongando a musculatura no Pilates. Com o tempo parece que tudo encurta. Pergunto a fisioterapeuta por que no homem isto acontece e na mulher nem tanto, pois algumas coisas esticam. Ela manda eu calar a boca e prestar atenção no exercício. Calado meu ouvido fica mais aguçado e começo a prestar atenção na conversa de duas moças, nos aparelhos do lado.
- Mas você acabou com ele?
- Não dava mais. O cara só queria saber de cama. Não me dava a miníma importância. A prioridade dele era o futebol e sair de motos com os amigos. Se não fosse pelo sexo comigo eu ia achar que ele era "gay", apesar de isto não significa nada, né?
- É, mas e agora, como vai ficar?
- Vou ficar sozinha, é melhor. Chega de se sacrificar pelos outros e não receber nada em troca.
A fisioterapeuta me encaminhou para outra aparelho mas não antes de eu perceber que a colega vivia um momento semelhante.
Enquanto fazia uma série de abdominais para perder um pouquinho o perfil de máquina de lavar e se aproximar bem de longe de um tanquinho, fiquei pensando e dois fatos me chamaram a atenção na conversa; a temporalidade dos eventos entre as pessoas e a troca.
No primeiro momento me parece que entre o ato de olhar e surgir o desejo e a total intimidade física, o tempo é infinitesimal. A tesão e sua satisfação é imediata. E a intimidade emocional, onde fica?
A outra é a troca. Neste processo de doar e receber, as pessoas se acreditam fazendo um sacrifício. Vamos lembrar que sempre que houver um sacrifício é esperado algo em troca, tanto dos deuses quanto do companheiro e balança nestas trocas nem sempre são equilibradas quando são olhadas de lentes diferentes.
Estes pensamentos me levam a crer que pessoas querem pessoas prontas, com todos seus desejos, já embutidos e aceitos no seu par. Se não for assim, não rola.
E a construção?
Sim, tudo nada vida que é durável é construído, o estalar de dedos é mágica, é ilusão.
Perguntaria-me as mocinhas e rapazinho; construir em cima de que?
Papo para minha próxima elucubração.
Sempre acreditei que é bom escutar, mais velho então, a preguiça ajuda.
- Sabe, não dá pra ter mais ninguém.
Faço cara "de porque".
- Não dá. Conheci muita "mulher" mas está difícil de ficar junto. É muita cobrança e só quer levar vantagem.
Faço outra cara "de como assim".
- Pô, querem tudo e não entregam nada. É balada, é jantar, é shopping, é encontro com as amigas e sobra pra mim, quando ela quer, um rala e rola fraquinho. Realmente não dá.
Desta vez pergunto: "e a conversa?"
- Esse negócio de "DR" é um saco. Não rola comigo.
- Mas você não tem esperança de encontrar alguém que dê pra ficar.
- Tá difícil. Vou pra balada, encontro umas meninas, rola uma atração, a gente sai, mas depois não rola.
O apito apontava o caixa 4. Dei tchau e fui pagar as compras.
Estava alongando a musculatura no Pilates. Com o tempo parece que tudo encurta. Pergunto a fisioterapeuta por que no homem isto acontece e na mulher nem tanto, pois algumas coisas esticam. Ela manda eu calar a boca e prestar atenção no exercício. Calado meu ouvido fica mais aguçado e começo a prestar atenção na conversa de duas moças, nos aparelhos do lado.
- Mas você acabou com ele?
- Não dava mais. O cara só queria saber de cama. Não me dava a miníma importância. A prioridade dele era o futebol e sair de motos com os amigos. Se não fosse pelo sexo comigo eu ia achar que ele era "gay", apesar de isto não significa nada, né?
- É, mas e agora, como vai ficar?
- Vou ficar sozinha, é melhor. Chega de se sacrificar pelos outros e não receber nada em troca.
A fisioterapeuta me encaminhou para outra aparelho mas não antes de eu perceber que a colega vivia um momento semelhante.
Enquanto fazia uma série de abdominais para perder um pouquinho o perfil de máquina de lavar e se aproximar bem de longe de um tanquinho, fiquei pensando e dois fatos me chamaram a atenção na conversa; a temporalidade dos eventos entre as pessoas e a troca.
No primeiro momento me parece que entre o ato de olhar e surgir o desejo e a total intimidade física, o tempo é infinitesimal. A tesão e sua satisfação é imediata. E a intimidade emocional, onde fica?
A outra é a troca. Neste processo de doar e receber, as pessoas se acreditam fazendo um sacrifício. Vamos lembrar que sempre que houver um sacrifício é esperado algo em troca, tanto dos deuses quanto do companheiro e balança nestas trocas nem sempre são equilibradas quando são olhadas de lentes diferentes.
Estes pensamentos me levam a crer que pessoas querem pessoas prontas, com todos seus desejos, já embutidos e aceitos no seu par. Se não for assim, não rola.
E a construção?
Sim, tudo nada vida que é durável é construído, o estalar de dedos é mágica, é ilusão.
Perguntaria-me as mocinhas e rapazinho; construir em cima de que?
Papo para minha próxima elucubração.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Ou a Vida ou a Obra
Findando a leitura de "Deus, Uma biografia", deparado-me com uma citação de Jack Miles, autor da obra em relação ao poeta e escritor W.B. Yeats:
" O intelecto do homem é forçado a escolher; a perfeição da vida ou a perfeição da obra."
Não conheço a obra de Yeats mas esta frase coçou a minha mente. Parei e deixei que esta citação se amalgamasse aos fatos do meu passado.
Sim, com certeza, muitos de nós passamos uma vida inteira construindo uma obra que na maioria das vezes não se encaixa com o nossos íntimos desejos de vida.
Exemplos existem muitos. Desejamos a liberdade e construímos estruturas físicas e emocionais que nos imobilizam, fazendo que nos tornemos servo daquilo que construímos.
Deixamos de ser senhor de nossos destinos. Colocamos nosso livre arbítrio dentro de uma faixa muito estreita e nosso futuro parece pre-destinado.
Retornem ao seu passado e visualizem.
A infância, quando boa, nos fornece tudo aquilo que desejamos para ser feliz.
Ao entrarmos na adolescência absorvemos valores que muitas vezes não vão de encontro ao que gostaríamos de fazer ou ter. O sentimento gregário da adolescência muitas vezes nos tira do rumo que gostaríamos de ter. Moda, sexo, poder, consumo aparecem de maneira muitas vezes caótica e levam a caminhos estranhos.
Não temos um rito de passagem concreto em nossa sociedade mas se espera dos jovens adultos alguns atos e comportamentos. Ter sucesso é essencial, mas os valores que determinam o que é sucesso são amorfos. O gozado é que estes valores acabam se cristalizando em status financeiro e social. E aí começa os grandes conflitos shakespeariano; ser ou não ser.
Ser, viver o que desejo, não ser, viver dentro daquilo que construí.
Exemplo são muitos:
Desejo ser um professor , mas não vou ser porque não dá status financeiro e social.
Faço uma grande dívida para comprar um apartamento no bairro mais badalado da cidade, quando muitas vezes gostaria de uma boa casa em um lugar mais simples.
Amor se foi, desencontros acontecem. Sei que posso recomeçar, mas nada faço.
Trabalho em um ambiente estressante, fazendo aquilo que não quero, sabendo que existe um local onde isto seria diferente.
Por que fazemos isto?
Transcorrem os anos e como adultos maduros nos questionamos o que estamos fazendo. Muitos não gostam do que ocorre em suas vidas. Com a vivência, os valores parecem querer mudar.
Mudança, palavra doída. Coragem para mudar, difícil. Em um prato da balança o que desejo, no outro aquilo que construí.
Benditos são aqueles que seus desejos estão expresso naquilo que construíram.
Na balança, na maioria das vezes, o prato da Obra pesa mais que o prato da Vida.
É uma pena. Nossos desejos ficam estocados. Nossos sonhos se esfumaçam. Sem sentir começamos a nos fossilizar. Voltamos ao nosso passado antes daquilo que construímos. Lá é que era bom. As pessoas já não são as mesmas. Todas as coisas eram bem feitas.
- " Hoje nada presta"
Antes da Obra existia Vida.
Vida como desejo, Vida como liberdade.
E agora, como fica?
Fica e não muda. Se fossiliza. Mas a alma é indomável e sempre estará questionando:
- "Viva e seja, por que não?"
Mas o medo de mudar sempre diz não.
E no crepúsculo da velhice, olhamos outra vez para trás e perguntamos; por que não fui?
É tarde.
Bendito são aqueles que foram e viveram.
" O intelecto do homem é forçado a escolher; a perfeição da vida ou a perfeição da obra."
Não conheço a obra de Yeats mas esta frase coçou a minha mente. Parei e deixei que esta citação se amalgamasse aos fatos do meu passado.
Sim, com certeza, muitos de nós passamos uma vida inteira construindo uma obra que na maioria das vezes não se encaixa com o nossos íntimos desejos de vida.
Exemplos existem muitos. Desejamos a liberdade e construímos estruturas físicas e emocionais que nos imobilizam, fazendo que nos tornemos servo daquilo que construímos.
Deixamos de ser senhor de nossos destinos. Colocamos nosso livre arbítrio dentro de uma faixa muito estreita e nosso futuro parece pre-destinado.
Retornem ao seu passado e visualizem.
A infância, quando boa, nos fornece tudo aquilo que desejamos para ser feliz.
Ao entrarmos na adolescência absorvemos valores que muitas vezes não vão de encontro ao que gostaríamos de fazer ou ter. O sentimento gregário da adolescência muitas vezes nos tira do rumo que gostaríamos de ter. Moda, sexo, poder, consumo aparecem de maneira muitas vezes caótica e levam a caminhos estranhos.
Não temos um rito de passagem concreto em nossa sociedade mas se espera dos jovens adultos alguns atos e comportamentos. Ter sucesso é essencial, mas os valores que determinam o que é sucesso são amorfos. O gozado é que estes valores acabam se cristalizando em status financeiro e social. E aí começa os grandes conflitos shakespeariano; ser ou não ser.
Ser, viver o que desejo, não ser, viver dentro daquilo que construí.
Exemplo são muitos:
Desejo ser um professor , mas não vou ser porque não dá status financeiro e social.
Faço uma grande dívida para comprar um apartamento no bairro mais badalado da cidade, quando muitas vezes gostaria de uma boa casa em um lugar mais simples.
Amor se foi, desencontros acontecem. Sei que posso recomeçar, mas nada faço.
Trabalho em um ambiente estressante, fazendo aquilo que não quero, sabendo que existe um local onde isto seria diferente.
Por que fazemos isto?
Transcorrem os anos e como adultos maduros nos questionamos o que estamos fazendo. Muitos não gostam do que ocorre em suas vidas. Com a vivência, os valores parecem querer mudar.
Mudança, palavra doída. Coragem para mudar, difícil. Em um prato da balança o que desejo, no outro aquilo que construí.
Benditos são aqueles que seus desejos estão expresso naquilo que construíram.
Na balança, na maioria das vezes, o prato da Obra pesa mais que o prato da Vida.
É uma pena. Nossos desejos ficam estocados. Nossos sonhos se esfumaçam. Sem sentir começamos a nos fossilizar. Voltamos ao nosso passado antes daquilo que construímos. Lá é que era bom. As pessoas já não são as mesmas. Todas as coisas eram bem feitas.
- " Hoje nada presta"
Antes da Obra existia Vida.
Vida como desejo, Vida como liberdade.
E agora, como fica?
Fica e não muda. Se fossiliza. Mas a alma é indomável e sempre estará questionando:
- "Viva e seja, por que não?"
Mas o medo de mudar sempre diz não.
E no crepúsculo da velhice, olhamos outra vez para trás e perguntamos; por que não fui?
É tarde.
Bendito são aqueles que foram e viveram.
Assinar:
Postagens (Atom)