segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Minha Pequena Luz

Textos muitos antigos dizem que Deus no ato da Criação teve se que contrair a um pequeno infinitesimal para que o nosso Universo quase infinito surgisse em uma explosão de luz. A luz de Deus.
Acreditem. Aconteceu. Por que?

Olho hoje a Minha Pequena Luz
Nasceu de duas partículas infinitesimais.
Não divinas, mas humanas
Veio explodindo
Criando
Uma profusão de energia e sentimentos
Transformando
Em elos de amor e alegria
Expandindo
O compartilhamento entre irmãos

Minha Pequena Luz, você não entrou no Universo
Você criou o seu Universo e nos puxou
Orbitamos hoje em você
Você nos ilumina
É bom. Sem questionamentos.
O Criador foi generoso conosco

Minha Pequena Luz valeu você ter vindo
Pois hoje brilhamos mais em sua presença
Nos tornamos um pouco mais divinos
Com sua presença humana.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O par de meias ( Um conto de Natal )

Em um lugar não muito distante existia uma pequena cidade conhecida como Cidade dos Carvalhos. Vivia lá um povo bem miscigenado e muito alegre. Traziam tradições de muitas partes do mundo. Labutavam mas não esqueciam de se divertir e filosofar. Os turistas que visitavam esta terra a curtiam imensamente. Lá muitas vezes as tradições se misturavam com as lendas. Uma das lendas era natalina.
Contavam, os carvalhenses, que em todos os anos, os habitantes escreviam a Papai Noel pedindo os presentes mais absurdos. Faziam até concurso para ver qual o pedido mais extravagantes. Muito engraçado. Mas o que deixava os estrangeiros encucados com esta tradição é que todos os moradores da cidade já sabiam o presente que iam receber. Um par de meias, o que era uma felicidade geral.
Em um tempo, não tão próximo ao Natal, apareceu uma moça, que pensava ser uma pesquisadora, querendo estudar as tradições e lendas dos carvalhenses. Moça da cidade, independente, apresentando uma intelectualidade desconhecida para o povo e muita cética. Foi colhendo material para suas pesquisas até que esbarrou nesta tradição. Por coincidência o Natal se aproximava e o concurso de pedidos já começava a esquentar e o tempo a mudar. Na Cidade dos Carvalhos as mudanças climáticas eram muito abruptas. O concurso estava bombando e a nossa pesquisadora não entendia o motivo desta alegria. Algumas pessoas do qual tinha se aproximado pediam que fizesse também um pedido mas não a conseguiam contagiar. A sua visão citadina não permitia que conseguisse enxergar uma razão para esta tradição.
Houve concurso, houve vencedor e houve comemoração, com muita gozação.
A noite de Natal chegou comemoraram com muita alegria, descontração e com muita fé no dia de amanhã.
A madrugada do dia de Natal prenunciou uma mudança de tempo. Vento forte e frio sopraram.
Na manhã, todos passaram no centro comunitário e lá estavam suas meias e para surpresa da moça de fora havia um par de meias com seu nome. Abriu e examinou a meia. Não tinha marca, o design não era bonito e o material, ao seu ver de baixa qualidade. Jogou, de forma disfarçada, a meia em uma caixa de lixo próxima.
Se a moça tivesse olhado a seu redor veria que todos pegavam seu par de meias e guardavam na mochila com grande carinho e emoção. Aqui terminava a tradição e começava a lenda. Uma pena que não tenha observado.
Neste dia, era tradição dos carvalhenses, se dirigirem a cidades próximas em pequenos grupos, para se confraternizarem. A nossa moça estava em um destes grupos. Iriam a uma cidade que distava uns quinze quilômetros. Esta caminhada era também uma oportunidade de se confraternizarem com a natureza e fazerem um bom encontro filosófico.
No meio do caminho a temperatura caiu ainda mais rapidamente. Uma nevasca  surgiu do nada. Todos tiraram rapidamente suas meias presenteadas e as calçaram. Olharam para moça e perguntaram pela sua meia. Disfarçou e falou que talvez tivesse perdido. Alguém tinha uma meia do Natal passado e ofereceu. Com altivez recusou. Mais uma vez não percebeu o que se passava ao seu redor.
A borrasca foi forte. Uma caminhada que os carvalhenses faziam em três horas já se alongava por cinco horas. O perigo de hipotermia já se apresentavam, mas todos estavam bem exceto a moça de fora. Aí, algumas pessoas do grupo decidiram colocar as meias do Natal passado de um deles nos pés da moça mesmo sem seu consentimento.
Mas para surpresa de todos, não houve melhoria, a hipotermia tomava conta da moça de fora e suas extremidades começavam a congelar. Aquelas meias sempre trouxeram conforto aos carvalhenses. No calor, era um refrigério, no frio um sentimento caloroso.
Apressaram-se, correram e oraram. Chegaram. Uma vida foi salva.
Infelizmente não se perderam somente alguns anéis. Foram-se alguns dedos.
A moça de fora foi embora. Revoltou-se. E continuou a não observar o que estava em sua volta.
Uma pena. Questão de fé.
E a lenda continua.......

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Beijo ( curta )

Abriu o berreiro. Veio correndo para o meu colo, perguntei o que houve.
- A bola bateu no meu olho.
Examinei e nem vermelho estava, mas o olho miúdo já indicava sono.
Levei para lavar o rosto. Lavei, limpei o nariz que estava escorrendo, examinei de novo o olho e nem vermelho estava. Peguei de novo no colo e trouxe de volta para quadra de esporte. Ao ver a irmã e o  colega falou:
- Já passou.
Desceu do colo e correu para brincar.
Estava na hora de ir. Tinha algumas "costuras" a fazer. Gritei que já estava indo.
Tinha me afastado uns poucos metros quando escutei aquela voz gritando:
- Vovô, vovô, eu quero um beijo.
Veio correndo, ficou na ponta dos pés, fez um bico e ofereceu os lábios. Beijei-os com imensa felicidade e fiquei olhando quando correu de volta para brincar.
Com certeza nossas almas se tocaram.

ET: O beijo estava com gosto de guaraviton.


domingo, 14 de dezembro de 2014

E o velho?

A resposta é automática e começo a falar de meu pai. Mas o tempo tudo muda e eu já poderia estar falando de mim.
Sim, a passagem do tempo deixa obras e marcas. Temos filhos, temos netos.
Meus cabelos escassearam, poderiam dizer que o tempo não tem muita responsabilidade sobre isto, estão grisalhos, as rugas ainda não vieram mas os sulcos na face já chegaram. A necessidade de descanso aumentou depois de um trabalho puxado e os aborrecimentos me afetam com mais intensidade. São novos tempos, diz a minha racionalidade mas o meu lado emocional e psicológico não aceitam este diagnóstico com tanta tranquilidade.
Tantas descobertas a serem feitas, tantas suaves emoções a serem sentidas. Por que recusar isto?
Olho meus pares. Muitas vezes tento entrar no assunto mas uma barreira abstrata parece surgir entre nós. Não se discute desejos, não se discute sonhos. Somente fatos. Quem comprou, quem vendeu. Quem ficou enfermo e quem morreu. A aposentadoria diminuiu e as despesas aumentaram.
Alguns jogam buraco na pracinha, outros batem papo toda manhã na porta do banco, não sei o porque do banco, e outros mais ousados jogam futebol ou quiça um partida de tênis.
Mas a maioria nem isso fazem, Literalmente vestem o pijama e talvez considerem esta a melhor vestimenta para passarem pelo portal.
A pergunta, o que fazer ao entrar neste novo tempo, já me fiz centenas de vezes e cada vez que a faço vou recriando meu caminho. Ao recriar meus caminhos sinto que a velhice chega de maneira mais suave e lenta. Isto é bom.
Mas continuaremos a caminhar para o portal. É inexorável, teremos que atravessá-lo. A minha racionalidade diz isto mas e o meu emocional, meu psicológico, o que diz?
Difícil dizer. A base religiosa de todas as civilizações sempre esteve voltada para a morte, tanto na antiguidade como nos tempos atuais e todas justificam a nossa estada aqui para uma vivência muito melhor em um mundo futuro, sem a carne.
Essa embalagem pouca me convencia quando jovem, agora muito menos.
Talvez aos olhos dos parceiros eu esteja na contra-mão da espiritualidade pois teoricamente quanto mais velho mais espiritualista nos tornamos.
Concordo plenamente com a afirmativa, só tenho dúvidas quanto ao conceito de espiritualista.
Ser espiritualista é cuidar bem do espírito enquanto ele estiver por aqui e por conseguinte do corpo, pois sem ele não estaríamos aqui. Logo o momento é o agora. O futuro seja aqui ou depois daqui não existe, é somente uma possibilidade. Já diz o ditado; o futuro à Deus pertence.
Se preciso cuidar bem do meu espírito e de meu corpo não existe momento melhor do que o agora, independente se tenho 30, 60 ou 90 anos.
Cuidar bem, o que seria ?
Acredito que se sentássemos para tentar descrever isto, cada um de nós faria uma extensa coletânea de princípios e regras e cada coletânea seria bastante distintas uma das outras.
Cuidar bem, para mim, neste momento, é estar puro com o meu Credo, estar em consonância com coisas em que acredito. Acreditar que sempre posso mas conhecendo as minhas limitações, continuar desejando e criando e recriando caminhos para concretizar estes desejos e muitas vezes nestes caminhos jogando-os fora porque perdem o seu valor. É o saber que minha alma está viva.
Caminho para o portal sem pressa. Tentarei chegar lá com meu corpo dizendo que aqui podemos ficar por mais um bom tempo. Caminho para lá com a alma me dizendo, somos jovens e temos novos horizontes a conhecer.

Epílogo:
"Uma alma velha não entra no Céu".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Me perguntaram o que é Felicidade.

Parei para pensar e articular aquele discurso bem estruturado. Não saiu. Falei algumas abobrinhas que não lembro e desconversei.
Difícil. Tentei racionalizar. O que leva uma pessoa ao estado de felicidade?
Ou felicidade não é um estado e sim uma existência ou seja  é ser feliz.
Ser feliz ou estar feliz parece um questionamento "shakespeariano".
Perguntei-me então o que antecede o ser feliz ou estar feliz. A resposta é o desejo.
Se não para todos, diria para a grandíssima maioria: queremos ser ou estar feliz.
Mas quais os desejos que poderiam levar à felicidade?
Dinheiro, poder, "status", saber, um grande amante e assim em diante, com seus desdobramentos.
Mas lutar para concretizar estes desejo pode ocorrer fora de um plano ético ou seja:
É possível ser feliz no que chamamos de pecado?
Difícil. A interiorização de cada questão é muito individual.
Mas chegando a este ponto, a racionalidade parece que aponta para situações de felicidade.
Algumas procuras, podem em casos muito especiais, levar a um estado de existência como a Paz.
Alguns grandes líderes espirituais da humanidade mostraram isto.
Mas a felicidade não lembro. Os caminhos que traçamos para nos levar a felicidade são tortuosos e quase nunca chegam aos seus destinos.
Podemos contra-argumentar dizendo: sempre quis ter uma belíssima casa com isto, com aquilo e mais um monte de coisas e quando consegui foi um grande momento de felicidade. Será que foi?
Será que a felicidade está intimamente ligada ao sentimento de posse, sejam estas posses concretas ou abstratas. Acho difícil. Lembrei-me do velho ditado: cuidado com seus desejos.
Será que a felicidade está intimamente ligada aquilo que consideramos altamente ético. Acho difícil. A ética é sempre restritiva e castradora. Ousaria a dizer que seria mais fácil encontrar momentos de felicidade no pecado.
Exercício mental difícil tentar explicar esta pergunta, mas neste ponto interiorizei o questionamento e procurei em minha mente os momentos em que tive este sentimento de ser feliz.
Achei alguns, diria muitos pois com eles vieram também os momentos de tristezas, e aí me perguntei quais os motivos ou causas que me levaram a estes sentimentos.
A fronteira é tênue entre estes momentos de grandes felicidades e grandes tristezas e não poderia ser diferente, somos assim, não conseguimos entender o branco sem o preto.
Minha racionalidade respondeu que tinha tantas causas que provavelmente as causas eram nenhuma. Resposta ruim mas não foi errada. Por exclusão ela me mostrou a alma.
Tentei expressar e consegui isto: "ser feliz é estar em sintonia com sua alma".
Felicidade é coisa da alma. O estado mais puro de felicidade chega sem ser percebido e explode dentro de você. É um simples gesto, é uma simples visão, é um simples som, quiça um odor ou paladar que seus sentidos injetam diretamente na alma sem o filtro da racionalidade.
O primeiro beijo de uma paixão, de quinze ou cinquenta, o choro assustado do seu filho no mundo novo, o som de uma bela musica que leva a felicidade de algo que nunca tivemos, o odor do tempero daquela que lhe alimentou uma vida e já se foi, de se perceber bonito sem motivo e dezenas de pequenos momentos que muitas vezes deixamos escapar no tempo.
Valeu a pergunta. Fiquei feliz com a resposta. Chegou de surpresa.
E agora?
Me sintonizar mais com a minha alma.
Como?
Fica a pergunta para todo nós.
Abraço na alma.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Salmo 131. Uma busca pela Paz

"Iahweh, meu coração não se eleva,
nem meus olhos se alteiam;
não ando atrás de grandezas,
nem de maravilhas que me ultrapassem.
Não. Fiz calar e repousar meus desejos,
como criança desmamada no colo de sua mãe,
como criança desmamada estão em mim meus desejos,
Israel, põe tua esperança em Iahweh,
desde agora e para sempre."

Passeando pelo Livro da Lei este salmo brilhou
Parei, dei uma olhada.
Dizem velhos sábios que o Livro pode ser lido em quatro níveis:
  - o que está escrito literalmente
  - o que está sendo insinuado
  - o que está sendo buscado
  - o que é a causa ou o segredo
Não estou a altura de fazer uma interpretação em todos os níveis.
Me falta Conhecimento e Sabedoria
Mas este pequeno salmo me maravilhou. Talvez tenha vindo de encontro a minha busca.

Iahweh, meu coração não se eleva,
nem meus olhos se alteiam;
não ando atrás de de grandezas,
nem de maravilhas que me ultrapassem.

Uma ode a humildade.
Mas existe algo mais. Existe o conhecimento.
O conhecimento de quem alteou os olhos e desejou grandezas e maravilhas.
Existiu um preço por isto.
O equilíbrio entre a dor e o prazer foi desigual.
O coração não se enalteceu. Houve sofrimento.
Ele conheceu os limites
E agora declara um novo caminho ao Senhor
Um caminho de Paz

Não. Fiz calar e repousar meus desejos,
como criança desmamada no colo de sua mãe,

Uma declaração de contração. Dos desejos.
Eles existem mas abrandados no coração.
Assim como a figura de uma criança, que mesmo sem o seio da mãe,
Sabe que seus desejos serão alimentados e acolhidos;
Não tem dúvida que será acalentado e protegido, pelo Senhor, em seu novo caminho

como criança desmamada estão em mim meus desejos,

Uma reafirmação de seus desejos
Não existe crescimento sem desejo
Mudamos em função dos nossos desejos
E só entendemos o tempo através dos nossos desejos
O passado é depósito dos nossos desejos realizados ou abandonados
O futuro é a nuvem de desejos que queremos transformar em realidade
E o presente é o nascimento de todos os nossos desejos


Israel, põe tua esperança em Iahweh,

Uma conclamação a todos nós e que me tocou profundamente.
Nos dias em que vivemos o quão difícil é abrandar a alma.
O quão difícil  é dominar a arrogância.
O quão difícil é não altear os olhos para as grandezas e maravilhas,
E não desejar o indesejável
A figura da criança desmamada no colo da mãe nos oferece o sendeiro
Para que possamos trilhar na tão almejada busca pela Paz,
Com o nosso Credo.

desde agora e para sempre.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O Amanhã

Você completa 28. Não muito diferente daquela de 18.
Coisas não mudaram, coisas mudaram.
Sorriso, alegria e sonhar me parecem estar aí o tempo todo.
Novo incentivo levam a um Amor mais Universal
E a um leve aperto de Temor individual.
A Cria. 
O Mundo começa rodar a sua volta.
Às vezes num murmurinho, às vezes numa sinfonia.
Sinto que sua alma expande. É linda. Brilha.
O brilho é sempre um Farol que  atrai.
Tanto aqueles que a amam tanto aqueles que a desamam.
Dizem que faz parte.
Olhe para o horizonte, do tempo e do espaço.
Tantos véus escondendo coisas maravilhosas.
Às vezes, na penumbra algum perigo. E aí crescemos.
Sei que irá descortinar o Mundo
Siga.
E enquanto puder estarei a seu lado
Como uma pequena e calma brisa.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cadê o crime da Toneleros de Dilma?

Esta é uma pergunta que me faço: Porque tanto ódio?
Porque esta procura insana por um crime da Toneleros para Dilma?
Vamos tentar construir uma pequena história para, talvez, tentar entender.
O Brasil nestes dez últimos anos deve um  aumento receita incrível. Diversos foram os motivos.
Isto permitiu que se ampliasse de maneira significativa uma melhor distribuição de renda, através de diversas ações sócio/econômicas realizadas pelo governo.
Qual o efeito destes fatores no planos econômico. Com o aumento de renda das famílias cresceu também a demanda por serviços. A receita se tornou mais elástica ou seja a capacidade  de consumo aumentou e isto impactou diretamente na cadeia de formação de preços.
Para área de serviços, alimentação e construção civil tivemos um aumento significativo de preços, já na área de produção de bens de capitais e duráveis, muito pouco. A explicação me parece simples. Bens duráveis podem ser importados e há um excesso  de oferta destes produtos no mundo, televisões, celulares, automóveis, máquinas operatrizes, etc, etc, etc....
Lembremo-nos que o dólar no início de 2002 teve um custo médio de R$ 3,00 e hoje está em R$ 2,20. Nestas áreas de bens, o aumento de preço se deu provavelmente pela área de serviço, embutida neste processo e foi bem inferior a das restantes.
Voltando a área de serviços, alimentação e construção civil, os empresários, de micro a gigantes, fizeram o que todos fazem no mundo capitalista, aumentaram seus preços em função do aquecimento da demanda aumentando suas margens de lucro.
Dando dois passos para trás e tentando olhar a economia como um todo, vemos que alguns segmentos da economia ficaram extremamente robustos e outros atrofiaram. Crescemos muito nesta última década, somos a 6ª economia do mundo mas estamos desbalanceados.
Estamos enfrentando agora um período de rebalanceamento. A receita não encolheu mas ficou menos elástica, mais rígida, pois endividamento das famílias aumentou, nada comparado ao endividamento dos países desenvolvidos, bem mais altos, mas elevado para os nossos padrões.
Vulgarmente poderia dizer que independente de qualquer viés politico teremos que tomar uma ação logo a frente: "um freio de arrumação".
Veja bem, precisamos arrumar a casa em uma situação boa. O processo sócio econômico tem que ser rebalanceado porque as condições macro e micro econômica estão mudando. Então pergunto, porque tanto ódio?
Por parte do empresariado de bens duráveis e de capital, principalmente aqueles sitiados em São Paulo este ódio pode, talvez, ser entendido. Neste período de crescimento não houve um planejamento para um aumento de oferta por parte deste segmento, então se culpa o Governo por falta de planejamento e apoio e de se manter uma uma taxa de cambio muito irreal frente ao dólar; leia-se aumentar o preço do dólar, apesar de todos os órgão econômicos internacionais concordarem que nosso cambio é flutuante.
O comportamento deste setor, se levado a um psicólogo qual seria o diagnóstico, pois a culpa de todo o mal, por eles enfrentados, é dos outros.
Quanto a classe média tradicional e conservadora, entendo este desgosto por estar dividindo com a nova classe o espaço que antes lhe era privativo.
Quanto a nova classe média emergente, alguns desgostam também. Porque?
Não sei.  Devem ter copiado muito rápido os maneirismo da classe tradicional. Fora isto nem Freud explica , pois foi a maior beneficiada.
E a Mídia?
Porque desta agressividade ensandecida, esquizofrênica, quando nosso país vive em um dos períodos de maior liberdade de expressão?
Pensando nisto, cheguei a Lacerda e a seu ódio mórbido por Getúlio. As constantes conspirações para não deixar que Getúlio se tornasse um mito, até acontecer o crime da rua Toneleiros.
Atentado a Carlos Lacerda, arquitetado por Gregório Fortunato, chefe da guarda de segurança de Getúlio e aparentemente sem conhecimento de seu chefe.
Getúlio se suicida dias depois e se torna um mito.
Acho que alguns órgãos da mídia enveredaram pelo mesmo caminho de Lacerda. Vêem mal feito atrás de mal feito da administração de Dilma e do PT, procuram ensandecidamente um crime da Toneleros.
Qual o medo?
Que Dilma, Lula ou o PT se tornem um mito?
Estas pessoas não estão prestando atenção no desserviço que estão fazendo a nação.
Para mim e acredito para uma boa porcentagem da população não existem mitos na política mas esta mídia ensandecida pode criar com seus ataques selvagem. Como?
Qualquer que seja o vencedor dos presidenciáveis existe uma forte possibilidade de iniciarmos um ciclo de crescimento logo após a eleição.
Ganhando o PT e iniciando este ciclo, qual será  o "marketing"?
Como será a programa de auto-enobrecimento deste partido?
Afinal alguns órgãos midiáticos estão mostrando o caminho. Ao dizer que é fraco estão mostrando o animo e a robustez, ao tentar uma desmistificação daquilo que não é um mito talvez estejam ajudando a criar um.
Este sem dúvida é um momento bastante singular no nossa história onde um forte pseudo movimento de mudança está sendo criado, sabendo-se que que pouco irá mudar pois estamos bem socialmente e economicamente.
Nestes momentos é bom que um pouco de racionalidade prevaleça.
Um abraço.


sábado, 16 de agosto de 2014

E Deus, tá aonde??? ( A Metafisica de Deus)

Acho que todos nós, de um maneira ou de outra, já nos perguntamos o que somos, de onde viemos e para onde iremos, mas pouco nos perguntamos de Deus.
O que é Deus, de onde veio e para onde irá?
Tentemos não ter respostas pré-concebidas. Vamos responder dentro da nossa visão humana. Não tem outro jeito.
Vamos a uma das perguntas. De onde vem Deus?
Fisicamente sei que fui gerado por meu pai e minha mãe. Vim deles. Simples assim.
Mas vejam Deus, não tem pai, não tem mãe, não tem irmão e pior não tem primo.
Primo é aquele que é nosso amigão mas que só faz merda. Só coloca a gente em fria.
Acredito até que depois da criação, Deus resolveu até criar um primo. A solidão é terrível.
Adivinha quem era o primo ??!!

Voltando as nossas perguntas, vejo que Deus física e metafisicamente não veio de lugar algum.
Ele existe. Simples assim.

O que é Deus? 
Deus é aquilo que criamos. Sem criatura não existe criador. Sem criador não existe criatura.
Acho que isto explica porque Deus nos parece tão diferente em locais e tempos diferentes.
No início do monoteísmo, imagina o que seria Deus para Abraão, em Ur, na Mesopotâmia, à 5.000 anos atrás.
Tribos saindo da Idade da Pedra para a Idade do Bronze, onde chefes tribais tinham o direito de vida e morte sobre todos da tribo. A lealdade mútua era um fator de sobrevivência. Logo...
Deus teria que ser mais poderoso dos poderosos chefes tribais.
Gênesis: Deus cria, de forma imperial, o Céu e a Terra em 7 dias. Dá suas recomendações e vai descansar.
O homem desobedece as ordens de Deus. É da cerne humana. Deus sabe, mas pune exemplarmente seus filhos ao primeiro desvio.
A partir daí, são punições e mais punições sobre seus filhos que depois se estende aos inimigos, um verdadeiro genocídio. Deus é mau?
Não. Deus não poderia agir de outra forma. Seus servos, assim o pediam e exigiam.
Deus era o Grande Chefe Tribal.
Imagina, agora, Maomé interpretando o Pentateuco, sob a orientação Deus, aos beduínos guerreiros no deserto.
Deserto não tem água, não tem fruta, não tem animal, só camelo que fede muito.
E nem estou falando das mulheres. Imagina sem banho na hora "H".
Juntar aquela turba para criar uma nação, só prometendo um paraíso com muita água e muita mulher cheirosa. "Vamos a guerra santa e depois da morte, o paraíso"
Temos reflexo deste momento até os dias atuais.
Dos tempos da Criação até hoje, esta visão de Deus vem mudando em todo Mundo, independente de sua denominação
Atrocidades foram feitas em seu nome. Caridade e Amor também.
Mudou o homem, mudou Deus.
Mudamos de forma diferente. O local e o tempo determinaram estas mudanças.
Hoje ouso a dizer que temos um Deus brasileiro diferente de um Deus americano, diferente de um Deus europeu, africano ou asiático.
Ouso a dizer que temos um Deus nordestino, lembrem-se de Canudos, diferente de um Deus carioca, diferente de um Deus de Copacabana, diferente de um Deus da minha família, diferente do meu Deus. .
Sim. Eu tenho um Deus que é diferente dos outros. Ele é só meu. Nasceu comigo, crescemos juntos, vivemos as mesmas angústias e alegrias. Foi pai junto comigo no prazer da geração e na preocupação do parto. Compartilhou do meu medo de um dia não poder trazer comida ao meu lar. Meu medo de não ver os meus filhos crescerem. Viu as pequenas maldades que fiz pelo meu medo. Viu os pecados que cometi contra o próximo por minha inveja, orgulho e luxúria.
Viu também as alegrias de ser aceito pelo meu próximo, a alegria de ter alguém que me fizesse sentir humano, a alegria de amar, a alegria de ouvir o primeiro "papai", a alegria de ensinar a todos os filhos a descer de jacaré, surfar de peito e tantas outras coisas mais.
Esse é meu Deus, que esteve sempre comigo e sempre estará. Esse é o Deus que hoje conversa comigo. Estou mais tranquilo e acho que ele tem mais tempo para mim. Sabe que sou finito neste Mundo e me prepara para que eu possa vê-lo face a face, não como um Deus mas como um amigo, um grande irmão que retornou. Talvez sejamos Uno ou não. Não importa. Não há pré condições para estarmos juntos. Não há pré condições para amar.
Talvez seja heresia para alguns. Os dogmas são o nosso veneno seja judaico, cristão, muçulmano, budista ou para outras denominações que não sejam monoteístas.
Não importa.
Isto é Deus e é meu.

Para onde irá Deus?
Apesar de ter crescido comigo, me ensinado tantas coisas e aprendido junto comigo, Deus nunca irá porque Deus "é". Ele é Absoluto e nunca poderá ser descrito pelo verbo estar, somente pelo verbo "ser". Vim e voltarei e lembrarei sempre de suas palavras: "Eu sou"
E serei com Ele.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Velho e a Menina

- Uma tesãozinha. Você conhece ?
- Sim. Conheço.
Pensei, conheço bastante e isto me assusta muito.
- Olha lá. Muito linda. Se desse brecha eu caía matando.
Será que ele teria esta coragem?
Olhei de novo para menina. Alta, blusa "role" escura, contrastando com um rosto radiante e um sorriso devastadoramente lindo. Magra, mas com uma "batata" de perna torneadinha.
Nos encontramos várias vezes em corredores salas e ante-salas. Nosso ambiente era o mesmo. Tínhamos chegados a não muito tempo. Começamos a conversar por motivos profissionais logo nos vimos falando sobre outros assuntos. O papo era muito interessante apesar da idade. Aparentava uma maturidade muito grande mas não era tanto assim, mas para o seu tempo estava anos luz a frente.
Bem, e o cheiro ??!!
Era bom demais.
No informal, vestia umas blusas tipo "baby look" e quase sempre aparecia uma fresta da barriga branquinha com aquela pele que parecia tão macia. Loucura!!!
Quanta a blusa ficava sempre em dúvida, ela é que é grande ou a blusa que é pequena.
- Acho que vou dar uma urubuzada.
- Deixa quieto. Tu " é " um bicho velho. Pode tomar um fora legal e se ela topar você não sabe mais "nem" o que fazer.
Desestimulei o amigão. Acho que, em parte, foi ciúmes e  outra que ele era  um pouquinho velho para menina. Foi a questão do espelho. Pensei em mim.
Conversávamos sobre quase tudo, eu e a menina, e a minha vontade  de passar aquela fronteira aumentava, mas  auto-critica estava feroz. Ela era uma menina e não que eu fosse um velho mas a diferença de idade era pesada. Sentia-me meio adolescente. Na minha auto-analise me cobrava uma postura extremamente madura mas o meu lado emocional não concordava com nada disto. Era um Eduardo e Monica às avessas.
As vezes me pegava torcendo para a menina me dá um desestimulada, não uma cortada pois senão meu ego ficaria mais rasteiro do que cobra. Mais ela me dava corda.
Como se não bastasse, tinha a situação da auto-estima. Troço complicado, se é baixa você se considera um merda e tudo de bom que possa acontecer com você, não vai acontecer pois você é um merda. Se é alta, tudo de bom que possa acontecer, irá acontecer porque você é fodão.
As escolhas são terríveis, se sou um merda, o que a menina está vendo em mim?
Se sou fodão, a minha atração é inquestionável. Sou tudo de bom. TDB. É ruim, hem!!!
Nestas horas difícil dizer o que sou.
- Cheguei lá, na menina, mas senti que não ia sair nada. Simpática mas não deu brecha.
- Não "ti" falei, o velho babaca.
- Não precisa esculachar...
Nos esbarramos querendo. Não foi difícil concluir nem da minha parte, nem da dela. Conversamos, mais uma vez, muito próximos.
Tempo, tempo e tempo. Um dia veio o gosto dos lábios. Inevitável. Aí não deu mais.
Se para ver Deus temos que morrer, vou aproveitar a corda que ela me deu e vou me enforcar.
Que confusão. Enforquei feliz.


sábado, 28 de junho de 2014

O Querer e o Tempo

Pense no querer ou seja no desejo. Desejo, uma palavra voluptuosa. Lembra os sete pecados capitais. Tudo bem, mas não vamos por este caminho.
O que desperta o querer?
Um sentido ou mais. Pense no cheiro. Pode nos levar ao desejo de comer um bom prato, à tempo não saboreado. Pode nos levar a um desejo de comprar um bom perfume. Pode nos levar ao querer de rever alguém, a pouca ou a muito esquecida.  Talvez dos sentidos, o mais luxuriante.
Mais e os outros?
Despertam tantos desejos quanto. A visão, situação vistas, paisagens exuberantes, lindas figuras nos levam a tantos quereres.
Uma divina música, desperta grandes desejos e assim como o tato e o paladar.
Mas se estes quereres estão conosco, de onde vêm ?
Do nosso passado, com certeza. De situações vividas e valores criados ou absorvidos.
O lastro dos nossos quereres é o nosso passado.
E onde está o resultado dos nossos quereres?
Acho que todos concordam que está no futuro.
Temos que tomar ações para que nossos quereres se concretizem.
Sem ação perpetuamos nossos quereres no presente e aí fechamos a laço.
Como?
O nosso querer é o agora. Que está amarrado firmemente em nosso passado e do qual só nos poderemos libertar no futuro.
Sim, temos que libertar dos nossos quereres, concretizando-os no futuro para que possamos ter novos quereres e assim modificar a nossa percepção do mundo e criarmos novos valores. O ciclo se fecha e o laço é reaberto com novos desejos. Só crescemos desta maneira.
Não podemos deixar nossos quereres encalharem no presente e sermos uma represa de desejos.
Isto com certeza será a morte em vida. Se existe um inferno, será este.

Pensem sobre isto.

sábado, 14 de junho de 2014

A família e a tribo

Durante muitos anos acreditei que a individualidade era primordial em todos os sentidos. Tanto no sentido da  essencialidade  quanto da prioridade. Talvez por experiências passadas e exemplos e não-exemplos criei esta visão. Hoje tenho muitas dúvidas sobre estes valores.
A individualidade embute visões positivas e negativas em nossos relacionamentos com o próximo ou com a coletividade.
O lado bom é a motivação para sonhar e, ao mesmos, torná-los concreto. Não existe o par, é só você. Não tem porque esperar. Eu sou, eu faço.
O lado ruim é o isolamento que a individualidade impõem. E este é o nó, não sei só meu ou de todos.
Como ser humano só conseguimos entender o mundo através dos contrários. Se temos o indivíduo temos o coletivo.
A existência do individuo e do coletivo é definido por seus valores; valores estes que muitas vezes não podem ser somados.
Os valores do coletivo tem como alicerce a sobrevivência da espécie, o bem estar da comunidade e sua prosperidade. Estes mesmos valores quanto transferidos ao individuo podem ser contrapor ao coletivo. Nem sempre a sobrevivência do individuo significa a sobrevivência da coletividade, nem sempre o bem estar e muito menos a sua prosperidade.
Tudo pode ser deturpado pela ambição do homem tanto no plano coletivo quanto individual, que nos mostrem os sistemas sócios/políticos do século passado, o Comunismo e o Capitalismo, que nos mostrem as seitas radicais e o ateísmo pragmático e assim por diante.
Todos estes movimentos, levaram sem dúvida a uma exacerbação do individualismo sobre o coletivo e isso de certa forma mudou o conceito de família.
Apequenou. Tudo mudou, até o tamanho do apartamento!!!
O espaço de troca se tornou tão pequeno. O espaço de amar muito vezes ficou restrito a eu e você e não temos mais o nós. O tempo de ser feliz reduziu pois temos à tão poucos para  compartilhar as nossas emoções.
Não temos mais a tribo.
Que nos ajude a parir. Que nos ajude a criar.  Que nos ajude a procriar . Que nos ajude a envelhecer.
Não temos mais a tribo para dançar e festejar a vida. Não temos mais a tribo para cantar e chorar os nossos mortos.
E isto me faz muita, muita falta.
Ah!! Cheguei a conhecer um pouquinho disto. Não cultuei. Parte culpa minha, parte dos outros.
Como todo jovem preferi cultuar o individualismo. Talvez modismo e, ou talvez, falta de fé.
Não importa.
Hoje preciso desta tribo, quero esta tribo. Envelheço mas não é só por isso.
Quantas vezes não entendi o mundo e não tive quem me explicasse.
Quantas vezes me machuquei e perdi cedo o ombro para chorar.
Quantas vezes me vi na borrasca e não consegui um porto seguro para atracar.
E hoje, quantas vezes já me sinto cansado e preciso de ajuda para descansar
Preciso desta tribo. Ela virá. Sei que não verei a Grande Tribo.
Mas uma parte já está comigo:
Família.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Os olhos de nossos filhos ( curta )

Tomando café de manhã, aproxima-se meu pequeno filho.
"Papai tá tliste". Grande surpresa. Dois anos e soube reconhecer.
Dei um sorriso melancólico. Logo depois um sorriso de pedido de perdão.
Que nos perdoem nossos filhos por não percebermos o quanto eles nos percebem.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Da dinâmica física à social

Em meu período de aperfeiçoamento como engenheiro, estudei com muito afinco o comportamento dinâmico das máquinas. Uma das condições mais estudadas é a de um sistema mecânico quando carregado ou, em alguns casos, descarregado rapidamente. O efeito desta ação torna o sistema instável durante um determinado tempo. Alguns componentes destes sistema absorvem mais energia, outros menos. Esta energia, ao longo do tempo, será absorvida ou dissipada pelo sistema, de forma mais rápida ou mais lenta e este tenderá a um novo ponto de equilíbrio. A este período podemos chamar de amortecimento ou acomodação do sistema ao choque. Caso a energia ao sistema seja excessiva haverá um rompimento ou quebra.
Me pego pensando se dinâmica social de alguma forma poderia ter o comportamento similar.
Pensando nos fatos recentes que ocorreram não só em nosso país como no mundo vejo bastantes similaridades.
Com o crescimento abrupto nos últimos anos de entrada de capitais devido a vários fatores, assim como uma forte redistribuição de rendas, o mercado brasileiro recebeu um forte choque.
Houve uma mobilidade forte nas classes sociais, um aumento forte de demanda por vários tipos de serviço e produtos e uma exigência maior pela entrega de bens e serviços pelo governo. Houve um desequilíbrio.
Estes movimentos afetam de maneira distintas os diversos segmentos da nossa sociedade.
De maneira bem sucinta podemos afirmar que segmentos industriais foram altamente beneficiados, vide a industria automobilística, naval, petroquímica,eletro-eletrônica, agroindústria e outras. A exceção se deu nas indústria de bens de capital que não percebeu e por conseguinte não se preparou para estas mudanças. A concentração deste segmento industrial está geograficamente situado no estado de São Paulo, setor este bem oligopolizado e vivendo por muito tempo sob as benesses e proteção do estado ( BNDES e reserva de mercado ). O porta-voz deste segmentos são a FIESP e CNI, grandes formadores de opinião junto as mídias tupiniquins. Este segmento parafraseia um dos ditados mais retrógrados da geopolítica; o que é ruim para FIESP é ruim para o Brasil.
Realmente, continuam no século XX.
Outro segmento que muito se beneficiou foi o mercado a varejo e o setor de prestação de serviço. Notaram como o preço nestes setores foram estressados ou seja esticados.
Com o aumento do poder aquisitivo determinados setores de serviço e produtos aumentaram seus preços. Analistas de mercado entram e soltam a máxima, "excesso de demanda com baixa oferta levam a esta situação e aumento da inflação". Correto, mas o nosso empresariado muitas das vezes não tem o espirito animal de fazer acontecer e sim a síndrome do escorpião. Mata o próprio parceiro sabendo que pode morrer. Aumentos abusivos de preços e produtos levarão sem dúvida a quebra de muitas médias e pequenas empresas.
Lembremo-nos que a paixão precede a racionalidade. "Dinheiro na mão vendaval".
Com a redistribuição veio a paixão pela aquisição e agora está chegando a racionalidade do questionamento e com a quantidade e intensidade maior do que a anterior ao choque. A atuação do Banco Central foi um excelente reforço a racionalidade. O tempo do amortecimento e acomodação chegaram e chegaram com uma nova e ampla classe média consumidora um pouco mais esclarecida pelos seus erros e acertos financeiros. O nosso país está em outro patamar. Não dá para voltar atrás.
Tentar voltar a uma condição sócio/econômica anterior, com reconcentração de riquezas pelas camadas mais ricas poderia ser comparado ao descarregamento extremamente rápido de um sistema físico com um alto risco de rompimento e quebra.
Não teremos, acredito outro ciclo acelerado de crescimento tão cedo aqui e no mundo e isto não é mal. Podemos nos planejar e preparar para um crescimento adequado social e financeiro. E quanto é isto ?
Não sei e ainda não vi ninguém responder. Mas dentro de um raciocínio lógico crescer de 2 a 3% acima do nosso crescimento vegetativo, seria bom.
Como fazer isto?
É necessário atuar em muitas frentes mas uma delas na minha opinião é essencial. É atuar na frente da ética e do temor. Parece filosófico mais não é, em nosso país.
Não podemos continuar na velha história do " é mas não é muito". Sabemos que a vida não é digital mas não conseguimos entendê-la sem os antônimos.
É necessário, agora mais do que nunca, ouvirmos os discursos, observarmos os fatos, confrontar o dito com o feito e nos posicionarmos de forma ética pela ação.
Parafraseando Julio Cesar; não basta aparentar ser, temos que ser.
Nosso país não pode continuar ser um "Facebook".










domingo, 11 de maio de 2014

Inferioridade não é opção

"Muito cedo me foi colocado situações em que me sentia inferiorizado. A partir do momento em que valores, que não eram meus, me cercaram e quase por osmose, entranharam em meu consciente, conflitos apareceram. Poucas vezes sentaram ao meu lado e tentaram explicar o que eu sentia. Acreditava que poucas pessoas reparavam em mim."
Jovem, muito jovem, um documento dizia que era pardo. E sou, mas o que isto significava para uma criança pobre, nascida e criada em uma zona portuária onde as poucas pessoas que tinham uma esperança visível eram brancas. Eu não era branco, não era negro.. era pardo!!! Qual a esperança??
Final do primário, era bom aluno, um dos melhores, mas estranhava o tratamento que recebia. Um certo distanciamento dos professores. Um pequeno colega, bom aluno também, recebia um tratamento diferenciado, bem mais protetor. Cabelos lisos, branquinho e filho de professora. Eu, pardo filho de uma servente de hospital, pessoa maravilhosa. Seria esta a diferença?
Início de adolescência, era dos "Beatles". Hoje, talvez, fosse considerado um adolescente quase bonito. Magro, músculos delineados por muito jogo de bola e surfar de peito nas praias, bronzeado e com um ar de saúde. Época dos Beatles, os valores de beleza da nossa classe média eram: branquinho esquálido, cabelos escorridos no pescoço, se possível lourinho. E eu pardo. Cabelo só crescia para cima, só "black power" e o excesso de melanina ia de encontro aos valores vigentes. Garotos de guitarra e cabelos compridos impressionavam as meninas.  Eu tirava e traduzia as letras dos "rocks", afinal era bolsista de um curso de inglês. Isto não impressionava. Foi difícil arranjar uma menina para namorar. A carne é fraca e virei São Jorge, o caçador de dragão.
Jovem adulto, com um passado de formação em escolas públicas, estudando em uma escola de engenharia federal. Era o último a chegar e primeiro a sair. Tinha que trabalhar. Minhas conduções dependendo do dia iam de barca a carroça, passando por trem e "busu". Meus amigos de escola, 99% branquinhos, filho de classe média estavam sempre juntos. Praias, barzinho, carrinhos novos e fuminho no DCE e eu..?? Pardo e duro. Não dava para frequentar.
Formei e mudei de cor. Passei a ser branco. É o que diziam todos os documentos que tirei a partir daí.
Parece que tirei de letra toda estas situações e outras, mas não foi bem assim. Doeu muitas vezes, chorei algumas vezes. Sabia que não existia diferença mas me sentia inferiorizado. Algumas vezes situações de relacionamento foram acintosamente desagradáveis e com certeza devido a condição social e até racial.
Ingressei de forma avassaladora na classe media no final da década de 70. A classe órfã da nossa ditadura, ungida por direito divino como entes superiores. Não foram poucos os atritos.
Ser inferior não seria minha opção. Sabia que o sentimento estava ali, juntinho comigo.
Atos e comportamento meus mudariam isto. Se justo ou não, não importavam.
Machuquei e fui machucado. Me eduquei verdadeiramente. Me sofistiquei amplamente em nossa cultura.
Rolei o rio, da nascente até a foz. As quinas e arestas se foram.
Tive que sublimar os valores que me impuseram e mudar os sentimentos que aceitei.
Valeu a luta. Poderia ter sido mais suave, reconheço.
Hoje olho com certa ironia e diria com um pouco de amor, esta hipocrisia da nossa sociedade.
Amor por isto fazer parte da nossa alma bruta e incompleta. Isto me tornou mais suave.
Ironia pela contradição desta camada de nossa sociedade. Tão inculta e arrogante. Isto me tornou mais sensato.
Este caminho foi solitário e não deveria ter sido. Muitos trilharam caminhos parecidos.
Muitos se encontraram e muitos se perderam na amargura.
Fica o testemunho.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Eu e meus fantasmas

Sempre temos alguns fantasminhas que nos acompanham ao longo dos tempos. Eles não são iguais aos nossos demoninhos. A presença deles nos trazem sensações. Um é de tentação, aquela necessidade de fazer uma grande merda, você racionaliza mas vai em frente. Vou sofrer, tenho certeza, mas foda-se, vou fazer. Uma mistura grandiosa de vários pecados capitais.
Os nossos fantasminhas nos trazem sentimentos diferentes que muitas vezes não conseguimos identificar. Uma perda sobre algo que nunca tivemos, saudades de momentos que nunca vivemos e as vezes um sentimento de "deja vu" do paraíso.
Mas outra perdas e saudades conseguimos identificar. Não são prazerosas. Fantasmas nunca a trazem.
E o que fazer?
Conviver numa boa com elas?
Besteira, ninguém consegue. Elas nos incomodam e com certeza acabaremos incomodando aqueles que amamos, com elas.
Então nossos fantasmas são eternos, me pergunto?
Sim e não. Merda de resposta.
Por que?
Repenso. Volto ao passado, venho ao presente e penso no futuro.
Sentimentos de perda e saudade estão ligados a fatos no passado e assim como as alegrias e os desafios que venci, que forjaram o que eu sou hoje. Sentimentos antagônicos, sentimento de perda e frustração, com o sentimento de orgulho.
Venho ao presente, me olho e olho meus fantasmas. Penso na máxima filosófica dos 50%. Pelo menos metade destes fantasmas são minhas criações, outros eu ajudei a criar.
Os de minhas criações, vou convivendo e aos pouquinhos, com uma melhor visão do meu eu, os vou liberando ou libertando.
Os que ajudei a criar é diferente. Eles não são só meus. Compartilho estes fantasmas com outras pessoas e em quase 100%, são com pessoas que amamos.
Vou ao futuro e não me vejo crescendo, alimentando estes fantasmas. Eles serão um fardo escondido, pesado e amargo. Serão sempre uma barreira entre eu e aqueles que amo.
Volto ao presente e me pergunto, o que estou fazendo para me libertar destes fantasma?
Talvez o outro lado esteja trabalhando arduamente para nos libertar destes fantasma e nem isto eu esteja vendo.
É.., tenho que virar o seletor. Coisas tem que serem feitas. Algumas muito pessoais, mas tem outras que acredito serem quase universais.
A principal é a compreensão. Esta vem com a vivenciação do mundo. A cada momento a nossa compreensão é expandida. Isto nos torna capaz de entender melhor aqueles que amamos. Nos permite a encarnar no outro, quando da criação do nosso fantasma. Nos permite, com toda honestidade, verificar se não teríamos a mesma atitude tomada pelo outro. Nos permite, também, fazer a maior doação do mundo, o perdão oculto.
É.., tenho que trabalhar nisso..
Enquanto isto sou vou alimentar um único fantasminha. O meu fantasminha de "deja vu" do Paraíso.
Doce melancolia da saudade do que não mais recordo.

domingo, 2 de março de 2014

O "Face" que não é face

As vezes costumo bisbilhotar no "facebook" dos meus filhos. É bem interessante bisbilhotar a vida dos outros com seu consentimento. As pessoas se expõem de uma maneira que no mínimo chamaria de extravagante. Parece-me que a janela da auto-censura se amplia enormemente. Falam quase tudo sobre sua vida. Onde moram, onde estudam, onde estão, seus relacionamentos, suas opiniões, suas adesões e etc..
Mas olhando com mais atenção, comecei a me perguntar se esta exposição é uma verdade. A princípio sim, mas de quem?
Ora, diria Agamenon, é uma verdade da pessoa que posta. E aí surge a dúvida.
As pessoas que estão postando no "face" , estão postando aquilo que são e aquilo que acreditam?
Leio com mais atenção e me inclino a dizer que é pouco provável.
Tenho a impressão que as pessoas criam, em parte, um alter ego, ou seja uma personalidade projetada, para o "face". Vejam bem, não que este alter ego seja muito diferente do original mas parece-me que ele fica mais otimizado, mais "bombado".
Este alter ego "faciano" permiti maior participação emocional, ética, espiritual, política junto a toda esta comunidade virtual, conhecida também como rede social.
Disto surge duas perguntas básicas:
Uma de caráter individual, onde se pergunta qual o comportamento e comprometimento destas pessoas em relação aquilo que acreditam, no mundo físico do tête-à-tête.
Uma de caráter coletivo onde se pergunta até que ponto se pode fazer política pública calcada nesta gama de opiniões colocadas neste meio de relacionamento social e outros.
Acho que isto vale algumas teses de mestrado e doutorado, para explicar e indicar rumos.
Enquanto as explicações não chegam vou me deliciando com os super heróis atormentados e ascendentes do "facebook".

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A Catarse

Tem momentos que não tem jeito; você precisa de uma catarse.
Catarse...
Na religião, medicina e filosofia da Antiguidade grega significava libertação, expulsão ou purgação do que é estranho à essência ou à natureza de um ser e que, por isso, o corrompe.
Em uma definição psicanalítica mais moderna significa operação de trazer à consciência estados afetivos e lembranças recalcadas no inconsciente, liberando o paciente de sintomas e neuroses associadas a este bloqueio.
No popular, tem vezes que você guarda tanta mágoa de coisas que lhe fizeram; uma situação; uma pessoa; um grupo, que você por um ou vários motivos não pode reagir aquela situação como gostaria ou deveria.
Esta situação mal resolvida emocionalmente começa a crescer no seu peito como um baobá. Você sente que precisa extirpar isto de dentro de você ou implodirá ou explodirá.
Quem nunca se sentiu assim?
São situações que podem ser recentes de dias ou semanas, ou situações que se arrastam anos e anos afim e não somos corajosos ou covardes o suficiente para extirpá-la.
Acontece na relação entre pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado e entre amigos.
E por que destas situações tão mal resolvidas?
O que nos leva a suportá-la?
Acho que o principal motivo é o medo do rompimento. O esgarçamento dos laços afetivos são extremamente doloridos, mesmo daqueles laços que muitas vezes não queremos. As vezes são motivos materiais. Perdas nestas questões geram um medo devastador. Faz-se comprimir todo o desejo de ser liberto. Isto é somatizado e acaba afetando nosso corpo e nossa alma.

Chega um momento que não dá mais. Parece que uma panela de pressão está no nosso peito. Talvez algo mais parecido com um vulcão submarino que ninguém vê. Ele explode e gera um tsunami físico e verbal, nada segura. É uma enxurrada de mágoa, de ira, de desprezo. Destrói tudo pela frente. Só agride, sem desculpas, sem perdão.
Passou...
Só resta uma terra arrasada de emoções e uma melancolia imensa. Um sentimento triste de liberdade.
E agora?!
Tentar reconstruir em cima de um relacionamento em ruínas ou abandonar de vez e começar algo novo.
Escolha difícil. Reconstruir tem como base a experiência vivida. Começar algo novo tem como base a esperança.
Mas pense e sinta.
Algo mudou. Você está mais leve. Está pronto para reiniciar a sua caminhada. Este peso ficou, agora, no passado.
Faça uma boa escolha!!!!




quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Reflexões para o Ano Novo ( 2014 ) - O Doar e o Receber

Doar, este é o verbo, muitas vezes mal compreendido, muitas vezes mal interpretado.
Antes mesmo da Criação do Universo foi necessário a Doação. O Criador teve que se doar para que este ato fosse possível.
Quando nascemos dependemos totalmente de nossos pais. Para nos alimentar, para nos proteger, para nos ensinar.
No início de nossa caminhada nesta Vida somos totalmente dependentes. Teremos uma curta ou longa caminhada até retornarmos ao Criador. E como será esta caminhada?
Difícil dizer. Mas tente pensar nesta trajetória onde cada passo dado é um ato de troca, doar e receber.
Nossa infância, o ato de receber carinho, compreensão e conhecimento é essencial. É o que podemos chamar de Amor. Se isto não chegar, como será esta infância?
É nesta fase onde formamos toda nossa base física e emocional, para isto a riqueza não é essencial, mas o Amor sim. É neste período que a Visão futura do ato de Doar começa tomar forma no ser humano.
Pense em uma criança que não teve a oportunidade de receber. Que nos anos mais tenros de sua Vida, de alguma maneira, teve que arrancar do seu entorno o básico para sua sobrevivência física e emocional. Não estou falando aqui só de crianças abandonadas fisicamente ao seu destino, mas aquelas também, que dentro de um pseudo-lar nada ou quase nada recebem. Isto acontece dentro de todas classes sociais.
Chega a adolescência, e é aqui que nossa ex-criança inicia de uma forma mais concreta este início de Doar . Um período extremamente difícil e complicado. Para aquelas que receberam todas as atenções possíveis, que até aquele momento só receberam, o ato de doar é no mínimo estranho, conflitante. Mas se tiveram o exemplo passado, de maneira tênue, reconhecem este ensinamento, então este período de passagem, que sempre é turbulento, tem uma grande chance de ser razoavelmente tranquilo.
Imagine agora aquela criança que não recebeu as atenções e cuidados tão necessários na infância, onde a relação doar e receber nunca foi saudável e muitas das vezes ela não reconhece o ato de Doar. A troca não existirá. Ou será uma ato apático de não-receber ou um ato agressivo de receber ou seja de arrancar.
Esta fase de passagem será extremamente complicada podendo variar de uma extrema apatia à um estado de extrema agressividade.
Não falamos aqui da Alma/Corpo, mas sim do que está a sua volta, a família e a comunidade, com seus valores. Não sabemos de suas necessidades, de seus compromissos. Cabe a ela, Alma e Corpo a escolha dentro dos valores apresentados. Ela pode escolher pelo exemplo ou pelo não-exemplo.
Chega a época da construção. É a hora da nossa criança, nosso adolescente se tornar um criador. Se estruturar para receber uma companheira ou um companheiro para caminhar a seu lado. Gerar um outro ser , para que este possa caminhar nesta terra e se completar na sua caminhada.
Perguntamos; como este adulto poderá se tornar um co-Criador deste Universo se não aprendeu a Doar.
Olho para dentro e vejo que muito caminhei neste senda, talvez nem tanto quanto poderia. Aprendi com muitas pessoas que me ajudaram e hoje reconheço esta ajuda. A mais importante, partiu da minha vida a bastante tempo. Hoje sinto muito mais a sua falta de quando da sua partida. Hoje poderíamos sentar e conversar por horas a fio sobre este Universo Físico e cheio de Emoções. Mas isto também faz parte da construção do caminho ( a compreensão não racionaliza a saudade ).
Nunca fui filantropo. Até hoje não sei se seria bom ou não para minha Alma.
Cuido do meus. Ancestrais, descendentes e companheira, os amo demais. Dou a Vida.
Mas para isso aprendi no caminho que é preciso ter Vida. Ela foi construída em cima dos exemplos e não-exemplos. Medo, coragem, ira, bondade, guerra, paz, ignorância, sabedoria. Vida...
Sem Vida, não temos o que Doar.
Olho para fora e vejo tantos trilhando o mesmo caminho, uns de maneira mais rápida, outros mais lentos. Outros de maneira mais reta, outros de maneira mais torta. Uns de uma maneira mais rígida, outros de maneira mais flexível. Fico feliz.
Continuando olhando e vejo situações que me entristece e confesso, gera um pouco de ira ( sentimento ruim ). Pessoas que não aprenderam o Doar. Sintomaticamente estas pessoas não aprenderam a construir. Construir uma Vida que possam Doar.
Estas pessoas tem características marcantes e duas destas características chamam minha atenção...
A relação entre deveres e direitos é enormemente desproporcional. Existe uma correlação quase direta entre dever e doar e entre direito e receber. Existem, e não poucas pessoas, que vivem toda uma vida de direitos. Poucos são os seus deveres. Basta olhar para o lado e ver os nossos políticos que se julgam com tão poucos deveres com o povo e com tantos direitos sobre o erário público. Olhando no outro extremo vemos marginais que se julgam com deveres somente com aqueles que o podem ferir e com todos os direitos para arrancar do cidadão seus bens, inclusive o maior que, é a sua vida. Dentro deste espectro podemos reconhecer pais, irmãos, vizinhos, amigos e inimigos...
Outra característica nas pessoas que não aprenderam a se doar é a que toda situação ruim em que se vê envolvida é culpa de outra pessoa ou de uma condição impessoal. A explicação é bastante simples, ela só está naquela situação porque deixou de receber algo; ou dos pais, ou do companheiro, ou do patrão, ou do governo e vai para aí a fora. Quantas pessoas em nossa volta são assim ?!
E aí, dá para minimizar isto?
Acho que sim. Para existir o equilíbrio, tem que existir, sempre, o Amor e o Temor, que de certa forma estão em baixa para o Desamor e o Destemor.
Mas isto não basta, porque fica uma pergunta: O que leva a nossa sociedade a ter este desbalanceamento entre o Dever e o Direito ou seja entre o Doar e o Receber?
Pensem. Acho que tenho algumas resposta mas é conversa para outra postagem.
Feliz 2014, com menos Direitos e mais Deveres, eticamente, é claro...